Diva I No Victoria and Albert Museum

Diva I No Victoria and Albert Museum

Trajes espectaculares usados por Maria Callas, CHER, Elton John, Janelle Monae e Marilyn Monroe são exibidos numa grande exposição, DIVA no Victoria & Albert Museum de Londres até 7 de Abril de 2024. Este evento destaca o poder e a criatividade de intérpretes icónicas, destacando e redefinindo o papel de “diva” e a forma como este tem sido subvertido ou adoptado ao longo do tempo na ópera, no palco, na música popular e no cinema. DIVA é a primeira exposição do seu género a celebrar a extraordinária eficácia e originalidade de artistas célebres que se evidenciaram desde o século XIX até à actualidade.

A mostra apresenta mais de 250 objectos provenientes da colecção do Victoria & Albert Museum e de empréstimos de instituições artísticas e de colecções particulares, abrangendo moda, fotografia, design, trajes, música e actuações ao vivo. Através de uma encenação teatral e de uma experiência de auscultadores sónicos, DIVA destaca as histórias fantásticas e pessoais cheias de originalidade, ambição e resiliência de algumas das divas mais conhecidas, desde deusas da ópera e estrelas do cinema mudo a sereias do grande ecrã e as “megastars” globais de hoje. A exposição também destaca a forma como os artistas se cruzaram com a sociedade e impulsionaram a mudança através da sua plataforma e perfil para o bem social e a política, incluindo os direitos civis e o feminismo a nível mundial.

A exposição salienta a capacidade fenomenal da diva para transformar, inspirar e abraçar as forças externas e internas que contribuem para definir, moldar e adorar a sua presença. Investigando as origens do termo “diva” – que significa deusa em italiano – o evento também salienta a forma como o significado da palavra foi subvertido e adoptado ao longo do tempo, e como foi solicitado pelos artistas, pelos seus fãs e pela sociedade em geral.

Estão expostos mais de 60 looks, muitos deles raros ou apresentados pela primeira vez, incluindo: um conjunto de palco, um modelo usado por Maria Callas como Norma na produção da “Covent Garden Opera Company de Norma” (1952); o vestido preto com franjas usado por Marilyn Monroe como (Sugar “Kane” Kowalczyk no filme, “Some Like it Ho,t”em 1959; o único vestido de Clara Bow, que sobreviveu ao tempo está exposto na mostra; ao lado destas peças estão podem-se admirar os trajes icónicos desenhados pelo designer de moda das estrelas Bob Mackie, com os looks usados por Tina Turner, P!nk e CHER; de destacar um look inspirado em Luís XIV, com uma peruca usada por Elton John na celebração do seu 50º aniversário, criado por Sandy Powell; o vestido cor-de-rosa de alta-costura de Shirley Bassey, foi desenhado por Julien MacDonald, incluindo botas Wellington cravejadas de diamantes, um modelo usado no palco em Glastonbury (2007); e as “calças vulva” de Janelle Monae, desenhadas por Duran Lantink para o videoclip da música “Pynk” (2018). Estão também expostos cartazes, folhas de canções e pautas musicais, assim como objectos pessoais e acessórios quevpertenceram às divas. 

Kate Bailey, curadora da exposição, DIVA, afirmou: ” Victoria & Albert Museum com as suas colecções de arte, design e a sua missão de inspirar a criatividade em todas as suas formas, é o palco perfeito para celebrar a multifacetada da Diva. Actualmente, a palavra diva tem uma miríade de significados. No centro desta exposição está a história de artistas icónicas que, com criatividade, coragem e ambição, desafiaram o status quo e usaram a sua voz e a sua arte para redefinir e reclamar a diva.”

A cantora Dame Shirley Bassey afirmou: “Estou encantada com o facto do Victoria & Albert Museum expor o meu look de Glastonbury em DIVA, completo com botas de cano alto com diamantes! É maravilhoso ver uma diva celebrada nesta exposição no Victoria & Albert Museum. Para mim, ‘diva’ tem tudo a ver com o poder da voz e a capacidade de entreter, de ter sucesso contra todas as probabilidades, de lutar e de ultrapassar barreira após barreira: fazer com que a sua voz seja ouvida.”

Sobre a exposição:

A Primeira Secção da mostra: apresenta um contexto histórico para a criação da Diva e destaca as deusas do palco e do ecrã que perduraram e moldaram a nossa cultura popular actual. Esta secção celebra a forma como as primeiras divas da ópera, Adelina Patti e Jenny Lind, criaram e desempenharam papéis extraordinários que lhes trouxeram riqueza e reconhecimento numa altura em que a maioria das mulheres não podiam seguir uma educação ou uma carreira. Esta secção salienta também a forma como actrizes como Ellen Terry, Sarah Bernhardt e Marie Lloyd impulsionaram a primeira vaga de feminismo e como as mulheres poderosas do século XX se basearam nesta luta pela igualdade, incluindo as sereias do ecrã mudo Clara Bow e Mary Pickford e as estrelas da Idade de Ouro de Hollywood Vivien Leigh, Mae West e Marilyn Monroe. Nesta secção, é também destacado o impacto do estatuto de culto e o papel dos estúdios e da imprensa na promoção do interesse público pela vida pessoal das divas.

Os principais destaques desta secção incluem: um vestido de alta-costura parisiense usada por Adelina Patti da colecção do Victoria & Albert Museum; uma caixa de jóias embelezada com incrustações de madrepérola, oferecida a Jenny Lind após um concerto de beneficência em prol do “Queen’s College Hospital”, Birmingham (1848); um conjunto usado pela  bailarina principal Tamara Karsavina como Salomé em “La Tragédie de Salomé”, interpretada pelos Ballets Russes de Serge Diaghilev (1913); um vestido de alta-costura, emprestado pela antiga casa de Josephine Baker em França – “Château de Milandes “- revela a sua carreira inovadora, de artista a activista; o vestido de festa de Margot Channing de “All About Eve” (1950), interpretado por Bette Davis, desenhado pela icónica figurinista Edith Head; um vestido bordeaux com espartilho desenhado por Christian Dior e usado por Vivien Leigh como Paola em “Duel of Angels” da peça de Jean Giraudoux no Apollo Theatre (1958); trajes de Hollywood, incluindo um vestido de seda de chiffon e lantejoulas usado por Mae West como a domadora de leões Tira em “I’m No Angel” (1933); o elegante vestido preto com franjas usado por Marilyn Monroe como a personagem Sugar “Kane” Kowalczyk em ‘Some Like it Hot’ (1959); e um conjunto sensual de contas usado por Theda Bara no filme perdido “Cleópatra”, dir. J. Gordon Edwards (1917).

O final da Primeira Secção apresenta a diva da ópera intemporal e inclui trajes usados por Maria Callas na sua primeira e última atuação na Royal Opera House; como Norma

na produção da Covent Garden Opera Company de “Norma” (1952) e a lendária “Tosca

dirigida por Franco Zeffirelli (1964), o vestido de cetim vermelho personalizado de Joyce DiDonato por Vivienne Westwood (2012) e um vestido de chiffon cinzento e turbante decorado com diamantes, usado por Jessye Norman como Ariadne na produção da Royal Opera House de “Ariadne auf Naxos” (1985).

Segunda Secção, apresenta a diva actual e salienta a forma como artistas de todos os géneros redefiniram e reclamaram o título de “diva” como expressão da sua arte, voz e sentido de identidade. O espetáculo interroga as divas que navegaram nos sectores da música e do cinema, historicamente dominados pelos homens; que expandiram as suas actividades para o mundo dos negócios, e o fenómeno da marca diva através de artistas como Rihanna, Dolly Parton e Barbra Streisand. O evento explora a forma como o artista moderno continua a usar a sua voz para permitir a mudança social e política, e como artistas como Billie Holliday, Nina Simone e Ella Fitzgerald sofreram críticas e perigos,  como o hino de Aretha Franklin “Respect” (1967) se tornou um hino da emancipação das mulheres e do movimento dos direitos civis dos EUA.

A secção inclui divas que ultrapassam os limites, como Grace Jones, Annie

Lennox, Prince e Elton John, e como se emanciparam das limitações da representação tradicional, usando o traje, a androginia e o estilo de actuação como ferramentas para expressar as relações com a sexualidade, o género e o corpo. Revela como divas como Bjork não têm medo de se transformar e reinventar e como divas como Siouxsie Sioux e Missy Elliott deslocaram a agulha da diva para novos géneros. Como a diva moderna navega o culto da celebridade, o olhar dos media e a luta entre a vida pessoal e privada. Por último, esta Secção considera que o desempenho da diva requer talento excepcional, dedicação e a busca da perfeição e como as deusas lendárias CHER e Tina Turner que colaboraram com o visionário designer de moda  Bob Mackie para construir os seus modelos de moda e como isso inspirou as divas, como Ru Paul.

Os destaques da Segunda Secção incluem: o vestido preto de Edith Piaf, instantaneamente reconhecível (anos 50); vários fatos icónicos usados por CHER ao longo das décadas, incluindo um conjunto brilhante de duas peças, usado nos “Rock Music Awards” de 1975, desenhado por Bob Mackie; o icónico “Flame Dress”(1977) um mini-vestido amarelo ácido de Tina Turner, também desenhado por Mackie; um mini-vestido cor-de-rosa usado por Debbie Harry na digressão europeia dos Blondie em 1979. 

A mostra homenageia o poder e a originalidade de celebridades, destacando 

o significado de ser uma Diva. Desde deusas dos palcos e do cinema, como Adelina Patti e Maria Callas, até às megastars da pop, como Lady Gaga e Beyoncé, elas criaram uma imagem muito forte por onde passaram e hoje são uma influência muito grande no mundo da moda.

Da ópera à rainha da pop, do music hall ao cinema de Hollywood – toda a gente tem a sua Diva preferida. Desde o século XIX até à actualidade, a mostra destaca algumas destas deusas mais icónicas numa instalação espectacular no Victoria & Albert Museum de Londres

Theresa Beco de Lobo

Theresa Bêco de Lobo

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *