Tesouros Espanhóis em Portugal

Tesouros Espanhóis em Portugal

O MNAA termina o ano com uma grande exposição de pintura espanhola existente nas colecções nacionais.

O nosso Pais detém um conjunto extremamente valioso de artes plásticas de autores espanhóis. Espalhadas por museus, palácios, igrejas e colecionadores privados, constituem verdadeiros tesouros.

O Apostolado de Zurbaran, executado em 1633 para o Mosteiro de São Vicente de Fora, que se expõe no Museu Nacional de Arte Antiga, revela-se um dos tesouros. Descalços todos, cada um dos santos, Santiago Menor, São Bartolomeu, São

Judas Tadeu, São Pedro, São João Evangelista, Santiago Maior e Santo André, são reveladores duma pintura marcante do tenebrismo desse tempo.

O MNAA tem, por outro lado, um importante núcleo de pinturas dos séculos XIV ao XVII, desde os primitivos catalães a óleos de Pedro Orrente, José de Ribera, Luís de Morales, Esteban Murillo, Francisco Venegas e Juan de Mazo, outrora atribuída a Velasquez.

Nas reservas guarda-se uma pequena tela de um cão, doada pelo Conde de Carvalhido em 1898, mas cuja atribuição a Goya levantou dúvidas.

Obras únicas

No Palácio Fonteira, hoje detido pelas Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, expõe-se um retrato de senhor atríbuido a El Greco.

No Museu do Caramulo encontram-se o óleo “Natureza-Morta” de Picasso e o desenho “Cavaleiro Romano na Ibéria” de Dali, doadas pelos próprios.

O Museu Rainha Dona Leonor, em Beja, preserva um raro conjunto de pinturas sacras de Ribera.

Outras pinturas de Ribera adornam salas do Palácio Nacional de Sintra e da Casa-Museu Medeiros e Almeida, em Lisboa, enquanto o Museu Condes de Castro Gumarães, em Cascais, destaca um quadro de Pedro Orrente.

Na Igreja de São Roque, em Lisboa, a pintura do tecto, representando os Passos da Escritura, foi realizada por Francisco de Venegas, pintor régio de Filipe II. Recentemente o Museu de Arte Antiga adquiriu uma obra deste pintor.

A Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro tem diversa pintura primitiva catalã, outrora da colecção Guerra Junqueiro.

Um dos nomes cimeiros das artes plásticas do século XVII, Josefa de Ayalla, mais conhecida por Josefa de Óbidos, nasceu em Sevilha de onde veio para Óbidos em criança. A esxtraordinária obra que nos deixou, naturezas –mortas e figuras

religiosas, é um dos exemplos da inspiração hispana na arte português.

A exposição é complementada por obras do pintor realista Raimundo de Madrazo, e dos naturalistas Afonso Grosso, Emílio Sala e Viniegra y Lasso de La Vega.

O MNAA encerra com chave de ouro a época de exposições deste ano.

António Brás

António Brás

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