Irving Penn I O Verão do Amor de 1967 em São Francisco
O Fine Arts Museums of San Francisco, de Young Museum apresenta de 16 de Março a 21 de Julho de 2024, a grande retrospetiva de Irving Penn, um dos principais fotógrafos do século XX, onde destaca as imagens do Verão do Amor de 1967, em São Francisco
Irving Penn (1917–2009) é considerado actualmente um dos maiores fotógrafos americanos do século XX, conhecido pela sua estética simples, impressão exemplar e experimentação artística. Penn foi um colaborador regular da revista Vogue durante mais de seis décadas, revolucionando a fotografia de moda no período pós-guerra, posicionando modelos contra cenários neutros para realçar o gesto e a expressão. Embora seja mais conhecido pelos seus retratos psicologicamente penetrantes, Penn foi um artista prolífico cuja carreira se estendeu por 70 anos e numa vasta gama de interesses.
A grande retrospetiva de Irving Penn capta todos os períodos dessa carreira dinâmica atrás da máquina fotográfica, começando no final dos anos 30 e continuando até à primeira década do século XXI. A mostra é apresentada exclusivamente em São Francisco no Arts Museums of San Francisco, de Young Museum, onde se pode admirar 198 obras – incluindo retratos de celebridades, personalidades da cultura e trabalhadores com as ferramentas dos seus ofícios; nus abstractos e cenas de rua dos primeiros documentários; composições de flores, sinalização e detritos de rua; estudos de moda e naturezas mortas meticulosas – juntamente com uma secção dedicada exclusivamente às fotografias de Penn do “Verão do Amor de São Francisco de 1967”.
A mostra é organizada pelo Metropolitan Museum of Art em colaboração com a Irving Penn Foundation e em associação com o Fine Arts Museums of San Francisco. O apoio principal provém do John Pritzker Family Fund. A Fundação Bernard Osher concedeu um apoio importante, assim como um apoio significativo de Dagmar Dolby e Jason E. Moment.
A exposição Irving Penn salienta o profundo interesse do fotógrafo pela efemeridade e complexidade da condição humana, evidenciado não só nos seus retratos, mas também nas naturezas mortas magistrais que encerram a sua carreira. Abordando a fotografia como uma arte muito antes de ser amplamente reconhecida como tal, Penn combinou uma composição matizada com um talento extraordinário para observar a expressão, a atitude e o comportamento humano. Penn foi celebrado como um dos melhores fotógrafos da Vogue, criando um registo da história cultural do século XX nas suas imagens. A exposição apresenta as fotografias notáveis de Penn de figuras do cinema, como Marlene Dietrich e Audrey Hepburn, dos conceituados designers Gianni Versace e Yves Saint Laurent e dos escritores Truman Capote e Joan Didion. Mas o espírito igualitário e a elevada sensibilidade fotográfica de Penn tornaram os seus retratos de pessoas comuns – comerciantes, vendedores ambulantes e residentes de Cuzco, no Peru – igualmente comoventes e poderosos.
Em 1967, a pedido da revista Look, Penn viajou para São Francisco para registar o “Verão do Amor”, fotografando os “Hells Angels”, as comunidades hippies, as bandas de rock locais “Grateful Dead” e “Big Brother” e “Holding Company”, e membros da vanguardista “San Francisco Dancers’ Workshop”. O seu ímpeto de “olhar para os rostos desta nova gente de São Francisco através de uma máquina fotográfica num estúdio à luz do dia” viria a memorizar em filme o movimento contracultura que definiu a década de 1960. Uma secção de oito páginas, “The Incredibles”, foi publicada na revista no início do ano seguinte e é apresentada na exposição no Young numa secção exclusiva e dedicada à série de Penn sobre São Francisco. Também estão expostas as suas fotografias experimentais, raramente vistas, de bailarinos nus em workshop que executam “The Bath” da coreógrafa americana Anna Halprin.
“As imagens de Penn dos residentes de San Francisco captam um momento de mudança social eletrizante, que alterou para sempre a paisagem cultural da Bay Area”, comentou Emma Acker, Curadora de Arte Americana nos Fine Arts Museums of San Francisco e curadora organizadora da exposição. “A apresentação de Irving Penn nos Fine Arts Museums of San Francisco inclui uma seleção alargada destes retratos, realçando a localização dos nossos museus no epicentro dos movimentos contra culturais da década de 1960, em particular o Verão do Amor.”
A exposição Irving Penn no de Young Museum é a mais completa retrospetiva do célebre fotógrafo até à data, revelando a sua extraordinária versatilidade e alcance artísticos.
“Irving Penn é um gigante da fotografia do século XX, cujos retratos e naturezas mortas foram transformadores para o meio”, comentou Thomas P. Campbell, Diretor e CEO dos Arts Museums of San Francisco. “Estamos muito satisfeitos por apresentar a mais extensa retrospetiva do seu trabalho até à data aqui em São Francisco, epicentro dos movimentos contraculturais que Penn tão magistralmente captou nas suas fotografias vibrantes do “Verão do Amor de 1967”. A energia dessas imagens sublinha o impacto de longa data da cultura da Bay Area nos Estados Unidos e, de facto, em todo o mundo.”
Theresa Beco de Lobo