Moda&Moda e Inventiva apoiam restauro do Presépio da Capela do Monte
Da autoria provável do célebre escultor António Ferreira, o Presépio da Capela de Nossa Senhora da Glória e São Gens, conhecida por Capela de Nossa Senhora do Monte, foi executado em meados de 1700.
A obra tem mais de 100 figuras, entre cenas da bíblia e do quotidiano, dispostos em cinco planos. O resultado revela-se uma grandiosa encenação barroca plena de cor e luz.
O Presépio apresenta-se actualmente em forte degradação, necessitando de uma urgente intervenção de restauro e valorização.
Com o apoio da Paróquia da Graça, especialmente do Cónego Jorge Manuel Dias, da revista MODAEMODA e da empresa INVENTIVA, a Associação Consciência Colectiva vai lançar a recolha de fundos para o restauro e valorização do Presépio. A campanha desenvolve-se com telas, cartazes e desdobraveis na própria capela, uma campanha ao nivel das lojas da Graça, das redes sociais e da comunicação social, e, por fim, uma quermese nos dias 12, 13 e 14 de Junho, com a venda de artesanatoe de comida, na alpendre do espaço religioso.
O restaurador em escultura André Varela Remigio, da empresa Santo André – conservação e restauro de bens culturais, fez o projecto de restauro e estudou o Presépio.
A directora da revista MODAEMODA, Marionela Gusmão, financiou o longo restauro do Rei Mago Baltazar e da Sagrada Família.
O Presépio é constituído por figuras e grupos modelados em barro cozido policromado, organizando-se em cinco planos, encontrando-se infelizmente em mau estado de conservação.
A poeira de muitas décadas tornou o presépio escuro, inúmeras figuras apresentam falhas, a sua organização revela-se pouco conseguida, algumas imagens de fraca qualidade dos séculos XIX e XX foram acrescentadas, o céu em estuque apresenta rachas fortes e, por fim, uma grade encobre a maquineta.
Os inúmeros turistas que entram na capela raramente observam o presépio. A grade em ferro, obra provável dos anos 7o do século XX, e a falta de iluminação encobrem-no quase totalmente.
O presépio tem três metros de largura por dois de altura e dois metros de profundidade.
No interior, uma estrutura de cortiça e madeira coberta de musgo, serve de cenário para as figuras que nos revelam cenas bíblicas e do quotidiano da vida popular. O resultado é de um realismo profano e sacro.
Os elementos principais do presépio foram por António Ferreira, os restantes, caso de homens, mulheres e elementos vegetais e arquitectónicos, são da autoria dos seus colaboradores., havendo ainda imagens mais recentes.
O Presépio revela-se completo, conseguindo representar os episódios mais importantes ligados ao nascimento de Jesus: a Natividade, Sagrada Família, Adoração dos Reis Magos, Adoração e Anunciação dos Pastores, Cortejo Régio e a Matança dos Inocentes.
O presépio, um dos mais desconhecidos existentes em Portugal, apenas Diogo de Macedo lhe dedicou alguma atenção na sua obra “Presépios Portugueses”, publicada nos anos 40.
António Brás