Museu Marta Ortigão Sampaio I Obras-primas da pintura e da joalharia

Museu Marta Ortigão Sampaio I Obras-primas da pintura e da joalharia

O público português tem, presentemente, oportunidade de observar um conjunto de pinturas, aguarelas e desenhos, seleccionados da vastíssima colecção de Marta Ortigão Sampaio, legada em 1978 ao município portuense, juntamente com a magnífica moradia modernista, edificada em 1953, da autoria do arquitecto Carlos Loureiro.

Marta Ortigão Sampaio, filha de Estela de Sousa e Vasco Ortigão Sampaio, sobrinho do escritor Ramalho Ortigão,  e conhecido colecionador e mecenas portuense, era sobrinha materna das pintoras Aurélia de Sousa e Sofia de Sousa.

O espaço da casa evoca o ambiente oitocentista que rodeou a vida desta família da alta burguesia portuense, apresentando coleções de pintura, joias e artes decorativas, com destaque para mobiliário francês, inglês e indo-portuguesa, faianças, pratas, têsteis e objectos de uso quotidiano.

As obras pictóricas, com raras excepções são representativas do naturalismo português.

O resultado é, pela sua montagem, encadeamento e riqueza, excepcional. Presentes nas galeria da casa-museu, as obras são, na sua maioria, desconhecidas entre nós.

Dos pintores seleccionados sobressaem Silva Porto, Cândido da Cunha, Ezequiel Pereira, Marques de Oliveira, Artur Loureiro, José Malhoa, Sousa Pinto, António José da Costa, Ayres de Gouveia, João Vaz, Veloso Salgado, Carlos Reis, Roque Gameiro e Alves de Sá.

Das pinturas destacamos o grande núcleo de Aurélia de Sousa, o maior existente em colecções públicas nacionais, marcado pelo `Santo António`, auto-retrato da artista, uma das obras-primas da arte portuguesa,

Destacam-se, ainda, desenhos, aguarelas, um total de 34 obras, e fotografias da artista.

Pode contemplar-se ainda, na exposição, outro núcleo de pinturas de Sófia de Sousa, irmã da anterior, uma obra de grande interesse, mas sem o fulgor criativo de Aurélia.

II NÚCLEO

A importante colecção de joias, uma das maiores de uso pessoal existentes entre nós, apresenta perto de três centenas de peças de finais do século XVII ao século XX, de fabrico português e europeu, muitas delas valorizadas por pedras preciosas.

A colecção equipara-se às existentes nos museus de Arte Antiga, Biscainhos, Tesouro Real, Medeiros e Almada, Quinta das Cruzes e Soares dos Reis.

 Marta Ortigão Sampaio adquiriu as jóias no Porto, Lisboa e Paris.

A colecção foi longamente estuda por Gonçalo Vascondelos e a edilidade portuense publicou o respectivo catálogo.

A colecção exemplifica um gosto cosmopolita, refectindo uma época áurea da nossa joalharia.

Na actualidade, a joalharia portuguesa é marcada por uma enorme qualidade, mas os locais de venda vão diminuindo, havendo a destacar em Lisboa as ourivesarias de José Baptista, de Isabel Lopes da Silva, a Espadim 1985 e o antiquário Mário Roque

Ladeando a casa, no jardim encontram-se pedras trabalhadas que pertenceram ao convento de S. Bento de Avé-Maria, um pequeno lago e flora de interesse, tais como espécies de magnólias [magnólia grandiflora], um Cedro do Atlas [Cedrus atlantica].

António Brás

António Brás

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