Maria Antonieta conhecida como Rainha da Moda com um Estilo Icónico vai ganhar vida na Grande Exposição no Victoria & Albert Museum, em Londres.
O Museu de Londres recebe pela primeira vez a mostra dedicada à monarca francesa.
Durante as suas duas décadas de reinado, Maria Antonieta não apenas governou a França, mas remodelou o mundo da moda e do design do século XVIII à sua imagem. Desde os seus vestidos sumptuosos em tons pastel e as perucas imponentes até às suas joias deslumbrantes e móveis dourados, a rainha adoptou um estilo pessoal de elegância extravagante que se estendia até seus aposentos no Palácio de Versailles, onde cores marcantes, tapeçarias luxuosas e toques rococó redefiniram o esplendor real.
O Estilo Maria Antonieta foi tão revolucionário que, séculos depois, ainda inspira artistas, designers e cineastas contemporâneos — de Alexander McQueen a Sofia Coppola — foram atraídos pela sua imagem. E o Victoria & Albert Museum não ficou de fora, de 20 de Setembro de 2025 a 22 de Março de 2026, ele apresenta uma grande mostra dedicada a esse ícone de Moda da Realeza.
“O Estilo Maria Antonieta”, é a primeira exposição no Reino Unido centrada na rainha francesa, onde destaca as suas escolhas de vestuário e decoração, revelando como o seu estilo incomparável ecoou ao longo das eras. Entre os 250 objectos que estão expostos, também fazem parte do evento os artefactos históricos — alguns vindos directamente de Versailles — além de peças contemporâneas que atestam o apelo atemporal da monarca. A exposição é patrocinada pelo designer de calçados Manolo Blahnik.
“A rainha mais de moda, analisada e controversa da história, o nome de Maria Antonieta evoca tanto visões de excessos quanto objectos e interiores de grande beleza”, afirmou a curadora da exposição, Sarah Grant, em comunicado. “Esta mostra explora esse estilo e a figura central por trás dele, utilizando uma variedade de peças requintadas que pertenceram a Maria Antonieta, além das mais belas obras de arte inspiradas no seu legado.”
Quando subiu ao trono em 1774, as escolhas de vestuário da rainha rapidamente causaram alvoroço. Em contraste com a paleta sombria da corte francesa, os seus vestidos leves e esvoaçantes destacavam-se tanto pelas silhuetas quanto pelas cores vibrantes e detalhes intricados — rendas, fitas, babados. Ela popularizou estilos que priorizavam o conforto, como a “Robe à la Polonaise”, reconhecível pelo corpete ajustado e a saia em três volumes distintos, e a “Robe à l’Anglais”e, em que o corpete justo se abre para uma ampla saia com fenda revelando a anágua.
Esse visual foi imortalizado por Élisabeth-Louise Vigée Le Brun no seu retrato de 1783 da rainha ricamente vestida segurando delicadamente uma rosa — obra que está presente na mostra “O Estilo Maria Antonieta”. Também estão expostos fragmentos de vestidos de corte, sapatilhas de seda, joias e até um frasco de água de colónia da sua colecção pessoal. O museu recriou os aromas da corte e o perfume favorito da rainha na sua experiência olfativa imersiva.
Os visitantes também podem conhecer como Maria Antonieta decorava o seu refúgio particular em Versailles, o “Petit Trianon”. Nesse santuário íntimo, a rainha expressava o seu amor pelo rococó, com papéis de parede pintados, objectos e móveis com formas florais e as suas célebres venezianas espelhadas. O seu serviço de jantar requintado está exibido na exposição, assim como conjuntos de cadeiras e outros objectos decorativos.
A mostra também destaca como a influência da moda da soberana perdurou através dos séculos, alimentando a imaginação cultural do século XIX até os dias actuais. Enquanto ilustradores Art Déco como Erté e George Barbier tentaram captar a fantasia do estilo de Maria Antonieta, a alta-costura moderna — com nomes como Vivienne Westwood, Moschino, Dior, Chanel e Valentino — procuraram igualar sua extravagância.
Claro, que é dado o devido destaque ao filme de Sofia Coppola, “Marie Antoinette”, de 2006, vencedor do Oscar de Melhor Figurino. Looks e sapatos Manolo Blahnik criados para o filme de Sofia Coppola estão presentes, ao lado de outros figurinos, imagens de filmes e videoclipes que ressaltam o duradouro legado da rainha nas telas e nos palcos.
A exposição está organizada em quatro secções:Marie Antoinette: As Origens de um Estilo (1770–1793);Marie Antoinette Memorializada: O Nascimento de um Culto ao Estilo (1800–1890);Marie Antoinette: Encanto e Ilusão; e Marie Antoinette Re‑Estilizada:
Marie Antoinette: As Origens de um Estilo (1770–1793): Vida, influência e mitos
Destaques: réplica do célebre Colar de Diamantes Boehmer & Bassenge, poltrona com monograma da rainha (acervo V&A) e a rara taça seio (bol sein) de Sèvres.
Marie Antoinette Memorializada: O Nascimento de um Culto ao Estilo (1800–1890):
Reavivamento liderado pela Imperatriz Eugénie e popularização do “estilo francês” na Grã‑Bretanha e América do Norte.Peças de fantasia de Worth e fotografias de Eugène Atget e Francis Frith.
Marie Antoinette: Encanto e Ilusão:
Fim do século XIX e o imaginário de fantasia, magia e conto de fadas; influência no Art Nouveau e Art Déco. Vestidos de noite de Jeanne Lanvin, Boué Soeurs e ilustrações de Erté, George Barbier, Edmund Dulac.
Marie Antoinette Re‑Estilizada:
Legado moderno e contemporâneo no século XX e XXI.
Moda, performance e cultura pop: fotografias de Tim Walker, Robert Polidori, obras de Beth Katleman e Victor Glemaud, além de looks inspirados pela rainha em videoclipes e passarelas.
Acerca do Estilo de Maria Antonieta, Sarah Grant, Curadora da mostra disse:
“Este é o legado de design de uma celebridade da era moderna e a história de uma mulher cujo poder de fascinar nunca enfraqueceu. A história de Maria Antonieta foi recontada e reinterpretada por cada geração para atender aos seus próprios interesses. A combinação de glamour, espectáculo e tragédia que ela representa continua actualmente, como era no século XVIII.”
Maria Antonieta evoca tanto visões de excesso quanto objectos e interiores de grande beleza. A arquiduquesa austríaca transformada em Rainha da França marcou profundamente o gosto e a moda europeia, criando um estilo distintivo que permanece universal. Esta exposição apresenta objectos requintados que lhe pertenceram, ao lado de peças inspiradas no seu legado — a herança de uma celebridade da modernidade inicial e a história de uma mulher cujo poder de fascinar jamais diminuiu.idada e fundadora do Arquivo Berthe Weill.
Theresa Bêco de Lobo