Recriando o Gesto I a Réplica do Torque Celta de Montans

Na L’ÉCOLE, Escola de Artes da Joalheria, em Paris

De acordo com sua missão de compartilhar o conhecimento e a cultura da joalheria, a L’ÉCOLE, Escola de Artes da Joalheria, apresenta publicamente o projecto de pesquisa radicalmente novo, na confluência entre a arqueologia e a história das técnicas, de 3 de Julho a 21 de Setembro de 2025, no Hôtel de Mercy-Argenteau, em Paris.

Entre os projectos de pesquisa realizados pela L’ÉCOLE, Escola de Artes da Joalheria, a recriação do torque de “Montans” é absolutamente única: o objectivo desta aventura colaborativa em arqueologia experimental foi compreender as habilidades e técnicas de um determinado período por meio da reprodução do objecto estudado — neste caso, um torque celta, um tipo de colar rígido feito de ouro, descoberto em 1843 em “Montans”, na região do Tarn, no sul da França, e datado da Segunda Idade do Ferro (450–25 a.C.).

Quando a L’ÉCOLE, Escola de Artes da Joalheria, propôs recriar o projecto — iniciado pelo Centro Arqueológico de “Montans”, pelo “Musée d’Archéologie Nationale” em Saint-Germain-en-Laye e por Barbara Armbruster, do CNRS (Centre national de la recherche scientifique, o Centro Nacional de Pesquisa Científica, a maior organização pública de pesquisa da França, actuante em todas as áreas do conhecimento) — a ideia foi recebida com entusiasmo imediato: havia a oportunidade de interagir profundamente com um material — o ouro — e, além disso, de compreender um colar celta com mais de 2.500 anos, cuja complexidade até então era incompreensível. O ourives Antoine Legouy, mestre cinzelador e Meilleur Ouvrier de France (título concedido exclusivamente na França, que certifica um altíssimo nível de qualificação na prática de uma actividade), contribuiu para a recriação e compreensão dessas formas extremamente delicadas, em colaboração com arqueólogos e com Gregory Weinstock, Director de Métiers de Alta Joalheria da Van Cleef & Arpels.

Pensar a forma através das acções da mão esteve no centro de nossas preocupações comuns. Referindo-se aos Celtas, Antoine Legouy diz que pensou a partir do lugar deles, que para ele o desafio era “seguir os seus passos”: redescobrir técnicas esquecidas.

Acerca do projecto da réplica do Torque de “Montans,” Emmanuelle Amiot curadora da exposição, afirmou: “O que levo dessa experiência é a contribuição dos ofícios para a compreensão do objecto. A pesquisa não pode prescindir dos artesãos. A inteligência da mão, o saber dos artesãos são decisivos e complementam o conhecimento erudito, e vice-versa. Essa troca alimenta a história da arte e a arqueologia, que, por sua vez, enraízam as artes e as técnicas no longo prazo, no tempo da História.” 

Durante toda a duração da exposição em Paris, os visitantes também têm a oportunidade de descobrir a arquitectura e a história do Hôtel de Mercy-Argenteau, que abriga todas as actividades da L’ÉCOLE, Escola de Arte Joalheira, desde Junho de 2024. Esta mansão do século XVIII, classificada como Monumento Histórico, é uma das mais antigas residências privadas preservadas nos Grands Boulevards de Paris e deve o seu nome ao seu primeiro ocupante: o Conde Florimond-Claude de Mercy-Argenteau, uma figura de grande influência que foi embaixador de Maria Teresa da Áustria junto à corte do Rei da França.

Um programa cultural, incluindo mesas-redondas, é oferecido como parte da exposição.

A mostra viajará, de 24 a 30 de Novembro de 2025 para Lyon, como parte do evento “de Mains en mains”, organizado pela Maison Van Cleef & Arpels e baseado na transmissão do savoir-faire joalheiro.

A L’ÉCOLE, Escola de Arte Joalheira criou um programa, através de um novo formato expositivo, Élise Gonnet Pon Directora Geral da L’ÉCOLE, Escola de Arte Joalheira França & Europa, disse: “O programa de verão destaca o savoir-faire, um dos pilares da transmissão na L’ÉCOLE. Através de um novo formato expositivo, a L’ÉCOLE revela um projecto de pesquisa inédito, realizado em parceria com o Centre Archéologique de Montans e o Musée d’Archéologie Nationale. Ao mesmo tempo, a L’ÉCOLE abre os esplêndidos espaços do Hôtel de Mercy-Argenteau, permitindo aos visitantes aprofundar sua descoberta da história e da arquitetura com visitas aos salões classificados dos séculos XVIII e XIX.”

Theresa Bêco de Lobo

Theresa Bêco de Lobo

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