Na National Portrait Gallery, London
A National Portrait Gallery, em Londres apresenta a primeira grande exposição dedicada à inovadora fotografia de moda do fotógrafo real e “Rei da Vogue”, Cecil Beaton.
”O Mundo Elegante de Cecil Beaton”, na National Portrait Gallery, será a primeira mostra a destacar exclusivamente as contribuições pioneiras de Beaton para a fotografia de moda.
De estrelas de Hollywood e gigantes da arte, à alta sociedade e à realeza, a exposição contará com retratos de algumas das figuras mais icônicas do século XX, incluindo Marilyn Monroe, Audrey Hepburn, Elizabeth Taylor e Marlon Brando; a Rainha Elizabeth II e a Princesa Margaret; assim como Lucian Freud, Francis Bacon e Salvador Dalí.
Este acontecimento tem a curadoria do historiador da fotografia e editor colaborador da Vogue, Robin Muir.
“O Mundo Elegante de Cecil Beaton” (9 de Outubro de 2025 – 11 de Janeiro de 2026) na National Portrait Gallery é a primeira grande exposição a destacar a inovadora fotografia de moda do célebre fotógrafo do século XX — o cerne da sua ilustre carreira, que lançou as bases para seus sucessos posteriores. Frequentemente lembrada, mas raramente examinada em detalhe, a exposição — com curadoria de Robin Muir — salienta a contribuição de Beaton para a moda, traçando a sua ascensão meteórica e legado distinto. A mostra evidencia como o seu estilo artístico característico — uma união do glamour teatral eduardiano e da elegância de uma nova era — revitalizou e revolucionou a fotografia de moda e o levou aos auges da realização criativa.
Célebre como fotógrafo, Beaton também foi ilustrador de moda, figurinista vencedor do Oscar, caricaturista social e escritor perspicaz. O “Rei da Vogue” foi uma força extraordinária nas cenas criativas britânica e americana do século XX. Ao elevar a moda e a fotografia de retrato a uma forma de arte, as suas fotografias que definiram uma era capturaram a beleza, o glamour e o poder das estrelas no período entre guerras e no início da era pós-guerra.
Com cerca de 250 artigos em exibição, incluindo fotografias, cartas, esboços e figurinos, a exposição apresenta Beaton no seu momento mais triunfante.
Através de vários temas interligados, o mundo de Cecil Beaton é examinado em detalhe. A mostra acompanha a carreira de Beaton desde o seu início, como uma criança da era eduardiana experimentando a sua primeira máquina fotográfica com os seus primeiros personagens — as suas duas irmãs e a sua mãe (cerca 1910) —, passando pelos anos de invenção e criatividade como estudante em Cambridge, até as primeiras imagens da alta sociedade que o projectaram, incluindo Stephen Tennant e os irmãos Sitwell.
A exposição percorre a Londres das décadas de 1920 e 1930, a era dos “Bright Young Things” e as primeiras encomendas de Beaton para o seu maior patrono, a Vogue, até às suas viagens a Nova Iorque e Paris na Era do Jazz. Atraído pelo seu glamour e brilho estelar, Beaton fotografou as lendas de Hollywood na Idade de Ouro.
As primeiras fotografias reais de Cecil Beaton surgiram no final da década de 1930. À medida que a Segunda Guerra Mundial se aproximava, ele definiu a noção da monarquia para uma era moderna. Nomeado fotógrafo oficial de guerra pelo Ministério da Informação, o seu serviço o levou ao redor do mundo.
O fim da guerra inaugurou uma nova era de elegância, e Beaton captou o esplendor da alta-costura dos anos 1950 em cores vivas e gloriosas. A exposição termina com o que muitos consideram o seu maior triunfo e pelo qual ele provavelmente é mais conhecido: os figurinos e cenários para o musical My Fair Lady, no palco e posteriormente no cinema.
Quase inteiramente autodidata, Beaton estabeleceu um estilo fotográfico singular: uma fusão do retrato teatral eduardiano, do surrealismo europeu emergente e da abordagem modernista dos grandes fotógrafos americanos da época, tudo filtrado por uma sensibilidade decididamente inglesa.
“Cecil Beaton dispensa apresentações como fotógrafo, ilustrador de moda, triplo vencedor do Oscar de figurino, caricaturista social, escritor elegante de ensaios e de diários por vezes mordazes, estilista, decorador, dândi e conviva assíduo das mais notáveis recepções. O impacto de Beaton abrange os universos da moda, da fotografia e do design. Indiscutivelmente uma das forças visionárias mais influentes do século XX britânico, também deixou uma contribuição duradoura para a vida artística de Nova Iorque, Paris e Hollywood. É um prazer regressar à National Portrait Gallery com esta exposição,” afirmou Robin Muir, curador da exposição
“A National Portrait Gallery mantém uma longa e prestigiosa relação com Cecil Beaton. A sua obra foi tema da primeira exposição dedicada à fotografia no museu, em 1968, realizada em colaboração com o próprio Beaton, além de ter sido a primeira retrospectiva individual concedida a um fotógrafo vivo em qualquer museu nacional da Grã-Bretanha. É uma honra trabalhar com Robin Muir, da Vogue, cuja pesquisa exaustiva, visão e talento foram o nosso guia, através das influências inovadoras e marcantes de Beaton no mundo da moda”, disse Victoria Siddall, directora da National Portrait Gallery.
Theresa Bêco de Lobo