Exposição de Giorgio Armaní I 20 anos de Alta-Costura

“Nas minhas colecções de Alta-Costura, revelo minha visão de estilo e elegância através da arte do artesanato e do savoir-faire: é aqui que encontro a liberdade absoluta de criar sem limites. Vinte anos de Giorgio Armani Privé foram uma jornada extraordinária, um caminho de descobertas e libertação. Agora, desejo partilhar esse percurso com um público mais amplo, convidando-o a entrar nesse meu sonho — um sonho de vestidos tecidos com imaginação e emoção, onde cada fio guarda a essência da beleza, da leveza e da eterna procura pela perfeição.” Giorgio Armani.

A 4 de Setembro de 2025, morreu o grande génio da alta costura Italiana, Giorgio Armani. Foi uma grande perda para a moda actual. Nas suas colecções, podíamos ver um estilo de elegância, através da arte do artesanato e do savoir-faire.

Considerado uma lenda da moda mundial, Armani criou a empresa de roupas masculinas homónima em 1975, que se transformou num império mundial com diferentes marcas como Emporio Armani e Armani Exchange.

Conheci Giorgio Armani em Nova Iorque, por ocasião de uma grande exposição retrospectiva que lhe foi dedicada em Outubro de 2000 pelo Guggenheim Museum, New York que celebrou a relação especial entre o estilista, os Estados Unidos e a cidade de Nova Iorque. Após quatro anos de ausência, o estilista regressou à Big Apple, a cidade que representou o início do seu trabalho e do seu sucesso, e que lhe prestou homenagem nesse ano.

Fiquei fascinada pelas suas colecções expostas, especialmente pelos vestidos de noite de uma criatividade sem igual com bordados lindíssimos e os “tailleurs” bem concebidos como realizados por um mestre alfaiate para mulheres executivas.

Armani começou a sua linha de moda em 1975 e era relativamente desconhecido até 1980 na altura em que realizou os fatos para Richard Gere para o filme “American Gigolo” proporcionou um momento de revelação tanto para Gere como para Armani.

O filme “American Gigolo” de 1980 transformou tanto o actor quanto o estilista em estrelas.

Apresentada pela primeira vez em 2005, em Paris, a capital da alta-costura, a colecção Giorgio Armani Privé surgiu imediatamente como uma nova expressão do estilo Armani — ao mesmo tempo complementar e distinta do prêt-à-porter —, mas unificada pela busca de uma assinatura linear, elegante e refinada.

Exposição: Giorgio Armani Privé 2005-2025: Vinte Anos da Alta Costura
Agora, quero compartilhar esta exposição com um público mais amplo, convidando-o a fazer parte deste meu sonho — um sonho de vestidos tecidos com imaginação e graça. Um mundo muito especial que ganha um novo significado nesta mostra.

Em 30 de Abril de 2015, Giorgio Armani inaugurou o Armani/Silos na Via Bergognone 40, em Milão, para celebrar os 40 anos de sua carreira. Originalmente o celeiro de uma grande empresa internacional, construído em 1950 e com cerca de 4.500 metros quadrados distribuídos em quatro andares.

A exposição Giorgio Armani Privé: 2005-2025: Vinte Anos da Alta Costura agora patente e instalada no Armani/Silos, até 28 de Dezembro (o espaço expositivo da maison, aberto desde o início de 2015), percorre duas décadas de alta-costura moldadas por uma estética inconfundível: linear, elegante e rarefeita. As criações Privé, que são reveladas duas vezes por ano durante a Semana de Alta-Costura de Paris, encontram-se agora em Milão, suspensas e reinterpretadas como autênticas peças de Armani.


Ao longo das salas fluidamente coreografadas no Silos, com a curadoria de Armani resiste à cronologia, optando antes por uma sequência sensorial moldada pelo estado de espírito e pela materialidade. Cerca de 150 peças foram seleccionadas do cofre de tesouros da casa, repleto de silhuetas ornamentadas que incluem vestidos compridos drapeados, corpetes decorados e peças provocantemente plissadas – formando uma composição ampliada do léxico Armani.

Esta exposição traz a Giorgio Armani Privé para Milão, o coração pulsante do universo Armani, oferecendo a oportunidade de admirar essas criações de perto e apreciar o seu artesanato requintado. A colecção nasce de uma visão de criatividade moderna, expressa em linhas refinadas, materiais e técnicas preciosas e bordados semelhantes a joias, criados por mãos habilidosas.

Com a alta-costura, Giorgio Armani permite-se experimentar e imaginar livremente, sem jamais perder o contacto com a realidade, oferecendo uma perspectiva surpreendente do seu estilo. Ele abraçou novas aventuras, inspirando-se em lugares e atmosferas distantes, criando um fascínio sereno e sedutor, numa narrativa contada no presente. Porque, quando são autênticas, as criações de moda são atemporais.

O estilista nasceu em Piacenza, no norte da Itália, em 1934. A relação profissional com a moda surgiu anos mais tarde, quando trabalhou numa loja de departamento e, apenas nos anos 1960, ganhou a primeira oportunidade como estilista na empresa Nino Cerruti.

Armani começou a sua linha de moda em 1975, com a ajuda do arquitecto Sergio Galeotti. A primeira colecção de roupas masculinas foi lançada um ano mais tarde. O costureiro adaptou o design dos fatos para valorizar o corpo de quem os vestia. Para isso, removeu ombreiras e certos tecidos dos seus modelos.

Armani também teve um importante papel nas roupas utilizadas por mulheres no mercado de trabalho. Ele foi responsável por produzir fatos elegantes para o público feminino que, na época, estava a lutar por um espaço mais significativo dentro das empresas. As suas roupas, explica Armani eram feitas para o “público, não para a indústria da moda”.

Através da moda, Armani participou de outras artes, vestindo personagens icônicos do cinema americano. Um dos principais foi Julian Kaye, interpretado por Richard Gere no longa-metragem “American Gigolo”. Também produziu as roupas do filme “Os Intocáveis” e de Leonardo DiCaprio em “Lobo de Wall Street”.

Theresa Bêco de Lobo

Theresa Bêco de Lobo

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