MNAA I O Cavaleiro de Faria e Galvanoplastia

MNAA I O Cavaleiro de Faria e Galvanoplastia

O público português tem, presentemente, oportunidade de observar um conjunto desenhos, seleccionados por Alexandra Markl, historiadora de arte e conservadora do MNAA, entre as existentes em colecções públicas e privadas portuguesas, do quase desconhecido desenhador Cavaleiro de Faria.

Trata-se da primeira exposição dedicado ao enigmático artista português da segunda metade de 1700. A aprofundada investigação revelou o seu nome , Inocêncio Faria de Aguiar, a data de nascimento e morte (1709-1792), a profissão como funcionário público, alguma vivência social e artística, a sua personalidade, e a reunião da sua obra. O resultado é excepcional. São revelados dezenas de desenhos deste singular desenhador à pena.

As obras, com raras excepções, são de temática militar, caso de cenas de batalhas, cavalos e cavaleiros, assunto preferido do artista.

O resultado é, pela sua montagem, encadeamento e riqueza, excepcional. Presentes na galeria de exposições temporárias do Museu de Arte Antiga, as obras são, na sua maioria, desconhecidas entre nós. 

Por motivos de conservação, os desenhos raramente saem dos gabinetes de desenhos dos museus e da penumbra das salas dos privados.

Galvanoplastia

Outra exposição patente no MNAA é fruto do intenso trabalho do conservador André Afonso, trata da colecção de galvanoplastias da instituição.

Estes objectos artísticos são um “ fruto direto dos avanços científicos e tecnológicos no final do século XVIII e início da centúria seguinte no campo da eletricidade e da eletroquímica. Surgido cerca de 1838, o processo eletroquímico da galvanoplastia permitiu, entre outras aplicações científicas, industriais e artísticas, a execução de reproduções muito precisas de objetos das artes da ourivesaria e dos metais (as galvanoplastias) através de moldes, de uma solução química e da corrente elétrica.


O fascínio Oitocentista por reproduções de obras de arte não ficou alheio a este fenómeno e abriu o caminho à sua integração na atividade dos Museus que, a par de fotografias ou de moldagens em gesso, procuraram igualmente colecionar galvanoplastias. Enquanto modelos estétic os, formais e ornamentais, estas reproduções (a par de objetos originais) assumiram um importante papel na formação visual dos públicos e dos artistas e artífices, potenciando a formação do gosto e a qualificação das indústrias artísticas.


É neste âmbito que se enquadra a coleção de galvanoplastias do Museu Nacional de Arte Antiga, composta por cerca de nove dezenas de espécimes que resultam sobretudo do colecionismo da Academia de Belas-Artes de Lisboa (antecessora do MNAA) no campo das artes ornamentais, em particular no quadro de três momentos concretos: 1866, 1875 e 1881-1882.


Cerca de cem anos depois da transferência destes objetos das galerias do Museu para as suas reservas, pretende-se evocar, nesta exposição, os contextos de formação deste acervo e da sua importância histórica, bem como desencadear a sua necessária revalorização”.

O catálogo revela-se e um documento único sobre o tema, estas peças foram largamente guardadas nas reservas e quase esquecidas.

António Brás

António Brás

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