“Urban [R]Evolution” I Arte urbana na Cordoaria

“Urban [R]Evolution” I Arte urbana na Cordoaria

“Urban [R]Evolution”, revela-se uma surpreendente exposição dedicada à  arte de rua, desde o  graffiti à arte urbana, contando com a participação de  18 artistas portugueses e estrangeiros.

Shepard Fairey, André Saraiva, Vhils, Felipe Pantone, Jason Revok, Add Fuel, Wasted Rita, Tamara Alves e Nuno Viegas são alguns dos 18 artistas da exposição que estará patente ate dezembro.

A espinha dorsal da exposição baseia-se no  trabalho da fotógrafa norte-americana Martha Cooper. As suas imagens, doslumbrantes, foram  captadas desde a década de 1970 em Nova Iorque, sendo consideradas  a chave para entender a evolução do movimento no mundo inteiro.

As restantes obras foram criadas na Cordoaria durante o processo de montagem  para dar ao visitante uma experiência imersiva no trabalho de cada autor.

 “Queríamos que isto fosse um encontro entre estes artistas internacionais e a nova geração de portugueses que tem criado coisas incríveis”, disse Pauline Foessel, comissária do evento. “Além disso, queremos dar aos visitantes a oportunidade de ficarem dentro do trabalho destes autores, o que desafia os limites daquilo que pode ser feito nas ruas.”

A chamada arte urbana vive fundamentalmente da versatilidade dos artistas e do entendimento do público. No início era usado o spray, mas rapidamente evolui para outros materiais distintos. Na exposição podemos observar uma instalação-som de AkaCorleone, uma obra que joga com lux e sombra de Tamara Alves, esculturas de Vhils, neóns de Wested Rita, enquanto Maya pinta um mural e Nuno Viegas esta a introduzir novos materiais na sua obra.

Grafiti

O movimento da arte urbana iniciou-se nos anos 70 e 80 nos subúrbios de Nova Iorque e Filadélfia. Era uma forte arte popular de contestação, especialmente nas estações de metro, que evoluiu para a conhecida arte de rua com ligações ao hip-hop, breakdancing e rap. “O trabalho nas ruas permite aos artistas chegar a diversos públicos, mas a internet e as redes sociais tiveram um grande impacto na sua disseminação. Hoje esses artistas estão presentes em galerias e museus, mas não deixam de criar nas ruas, salienta a curadora.

“Depois de tudo aquilo a que o graffiti esteve associado durante anos, e da forma como foi olhado, chegamos a um ponto em que o celebramos. Apesar de ainda existir muita controvérsia associada ao graffiti”, considera Leonard Hilton McGurr, que se estreou no universo do graffiti em 1999. “O graffiti para mim é vida. Não há uma autoridade. Existe um respeito mútuo, hierarquias, e muito ego. Toda a gente sabe que o artista existe, mas não sabe quem é”.

António Brás

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