Chatsworth, Belvoir e Biltmore na Quadra Natalícia

Chatsworth, Belvoir e Biltmore na Quadra Natalícia

Todos os anos, na quadra natalícia, A Revista MODA&MODA costuma realizar uma tournée pelos vários Palácios em Inglaterra e Estados Unidos, que apresentam as decorações mais notáveis e que abrem as suas portas para celebrar o Natal e o Fim do Ano durante esta época tão festiva.

O Palácio Chatsworth na Quadra Natalícia

Na quadra de Natal de 4 Novembro 2023 a 7 Janeiro 2024 há celebrações especiais, nomeadamente quando o edifício de Clatsworth está completamente decorado para o público que o visita durante este período. 

​Durante esta época, Chatsworth é um verdadeiro deslumbramento de luz e de cor. 

​No interior do palácio, o tema é “Palácio do Advento,” uma evocação ao Natal,  onde são abraçados tradições para celebrar a luz e a beleza da desta época tão festiva.

A família Devonshire tem uma longa história de celebração da época Natalícia e de histórias, mitos e rituais de todo o mundo, algumas tradicionais, outras exóticas e contemporâneas, que celebram a luz nesta época do Natal. 

As cenas Natalícias fluem por toda a casa com música, incluindo as, que são as preferidas dos duques de Devonshire.

​De uma cena efusiva e atraente de véspera de Natal na Grande Sala de Jantar, com árvores decoradas junto às lareiras, e ainda uma mesa festiva adequada para reis e rainhas, estes ambientes convidam os visitantes a entrar no espírito de Festa em Chatsworth.

​Quanto a nós, as mais impressionantes salas decoradas são as “State Rooms” e “Sketch Galleries”, normalmente fechadas para conservação, mas durante o período de Natal, estão abertas, fazendo parte da rota pelo palácio, além de estarem lindamente ornamentadas em consonância com esta época festiva.

O Palácio de Chatsworth 

O monumental palácio de Chatsworth, foi construído inicialmente na segunda metade do século XVI, situado no coração do “Peak District National Park”, impressiona não só pela imponência harmoniosa como pela solidez que desafia o tempo. Os jardins dão-nos a impressão de um espaço de natureza disciplinada para o prazer da vista.

​O palácio, está repleto de obras de arte, com história e recordações que vêm desde William Cavendish, o 1º Conde de Devonshire.

​Tudo é opulência, bom gosto ou raridade em Chatsworth, pertencendo actualmente ao “Treasure Houses of England”, tornando-se um dos lugares mais belos para visitar em Inglaterra.

​Chatsworth House é uma das residências mais importantes da aristocracia inglesa, pertencendo à mesma família há quase 500 anos e é repleta de história. 

​Chatsworth House é um palácio localizado na região de Derbyshire, na Inglaterra. Ela é o lar do duque de Devonshire e da família Cavendish desde 1549. 

​Em 1549 Sir William Cavendish, descendente de uma das famílias mais antigas de Suffolk, na Inglaterra, recebeu terras do rei, como prémio pelos seus serviços prestados. Para aumentar o seu património, Sir William Cavendish resolveu comprar à família Agard, mais terrenos para juntar aos outros, aumentando assim a sua propriedade, que estava localizada em Chatsworth e uns anos depois, iniciou a construção de um palácio.

​O Palácio de Chatsworth em estilo Isabelino, durante vários anos, sofreu diversas remodelações, como a de 1686 a 1707, realizada no tempo de 4º Conde de Devonshire, que mais tarde recebeu o título de duque, dado pelo rei William III pela sua contribuição na “Revolução Gloriosa” de 1688, a qual levou o rei William e a rainha Mary ao trono de Inglaterra.

​Nas margens do Rio Derwent, a mansão está situada num parque extenso com colinas arborizadas. Poucas mudanças foram feitas em Chatsworth até meados do século XVII.

​O 2º e 3º Duques de Devonshire não fizeram mudanças na casa e nos jardins, mas contribuíram muito para a colecção de arte da residência. Este último Duque de Devonshire era conhecedor das artes, e por isso, incluiu na sua colecção pinturas, desenhos e gravuras de antigos mestres, moedas antigas e esculturas esculpidas gregas e romanas. O 4º Duque fez mudanças fundamentais nos jardins, substituindo os jardins formais do 1º Duque com um aspecto mais natural.

Em 1748, o 4º Duque casou-se com Lady Charlotte Boyle, a única herdeira sobrevivente de Richard Boyle, 3º Conde de Burlington. O Lord Burlington era um arquitecto com muitas obras no seu nome. Com a sua morte, as suas importante colecções foram transferidas para os duques de Devonshire.

​William Cavendish, 5º duque de Devonshire, era um nobre, aristocrata e político britânico. O 6º Duque realizou muitas modernizações da Chatsworth House para cumprir os padrões de conforto do século XIX, adequando a um estilo de vida menos formal. O actual duque, Peregrine Cavendish, é o 12º duque de Devonshire.

O Palácio de Waddesdon na Época de Natal

O Palácio de Waddesdon na Época de Natal de 22 de Novembro de 2023 a 1 de Janeiro de 2024 apresenta celebrações especiais.

​ Este ano, a mansão transformou-se num país das maravilhas fantástico e festivo com novas exposições temáticas na casa e novas projecções de luz na fachada da mansão inspiradas em três contos clássicos. O visitanten este palácio pode embarcar numa aventura mágica ao entrar no mundo maravilhoso de Alice no País das Maravilhas, encontrar o reino da Rainha da Neve e voar com Peter Pan para a Terra do Nunca.

No exterior, a fachada de conto de fadas da mansão ganha vida com projecções animadas fascinantes, totalmente novas para 2023. As cenas fantásticas e festivas são inspiradas nos contos clássicos deste ano, combinadas com momentos mágicos que apresentam tesouros únicos da colecção de Waddesdon e que dão vida à extraordinária arquitectura da mansão. Estas projecções de última geração, feitas à medida, são da autoria do célebre artista Jamie Shiels, que trabalhou em projectos no Palácio de Buckingham, na National Gallery e nos Jogos Olímpicos de Londres de 2012.

Através de um conjunto de iluminações, pode-se admirar uma encenação dramática de som e cor, banhando a fachada do palácio com uma panóplia de cores do arco-íris, criando deste modo um verdadeiro espectáculo de cor e som. 

​De destacar as duas instalações em frente da casa intituladas Lafite de Joana Vasconcelos, com castiçais com 10 metros de altura realizados com 574 garrafas de vinho, cada um deles são iluminados ao anoitecer.

​O Natal em Waddesdon está de volta em 2023 com luzes mágicas e os jardins brilhando, além de uma Feira de Natal de 30 dias para encantar os compradores. 

​A casa não abre neste Natal para receber hóspedes por causa de protocolos de distanciamento social. 

​Para aproveitar ao máximo o programa “Luz de Inverno” Os visitantes também são presenteados com o espetáculo da fachada do Palácio iluminada por luzes dançantes com música.

​Desde o anoitecer, a decoração “Luzes de Inverno” transformam os jardins através dos “Elementos de Prazer” perto do Aviário com cores dramáticas e instalações lúdicas. Os visitantes podem caminhar por baixo de estrelas e copas das árvores iluminadas com magia e arbustos envoltos em luzes cintilantes, com a plantação transformada pela luz em movimento. Existem recursos de luz envolventes, como um vale de chamas resplandecentes criando um mar de fogo e dezenas de esferas suspensas numa encenação de pontos cintilantes com música sequenciada.

​Acerca da decoração dos jardins, Pippa Shirley, directora das Colecções e Jardins de Waddesdon, afirmou: “O Natal é uma época mágica em Waddesdon e, este ano, concentrámo-nos em aproveitar ao máximo a nossa paisagem e edifícios extraordinários para os visitantes desfrutarem ao ar livre, sem aglomeração. O Palácio parece um castelo de conto de fadas nos melhores momentos, e no Natal é verdadeiramente encantador. Estamos ansiosos para receber os visitantes para desfrutar da atmosfera única, brilho, glamour e diversão de Waddesdon nesta época tão festiva do ano”.

​Waddesdon Manor foi construído no final do século XIX pelo Barão Ferdinand de Rothschild no estilo de um castelo francês do início do século XVI, como um retiro de fim de semana, onde ele poderia receber amigos e familiares. O Barão Ferdinand foi um coleccionador inspirado e a casa foi projectada para mostrar a sua colecção excepcional de pinturas inglesas e francesas, móveis franceses do século XVIII, porcelanas de Sèvres e outras artes decorativas. Quando Ferdinand morreu em 1898,  deixou Waddesdon para a sua irmã, Alice. Após a sua morte, a casa passou para um primo francês, James de Rothschild, que herdou uma parte substancial da grande colecção do seu pai, o Barão Edmond. Em 1957, para garantir o seu futuro perpétuo, Waddesdon foi legado ao National Trust. A família Rothschild continua a administrar Waddesdon em nome do National Trust por meio da Rothschild Foundation sob a presidência de Lord Rothschild.

Biltmore na Quadra Natalícia 

“Dêmos graças a Deus pelos Vanderbilt ”exclamou, um dia, uma cronista social de renome”.  

Eles foram, e continuam a ser, excepcionais. Uma das famílias mais ricas do mundo, viveram sempre “como num conto de fadas” com grande ostentação, atraindo olhares e cobiças, com uma publicidade amplificada sobre cada passo dado, cada atitude ou decisão tomada. 

As suas casas gigantescas tornaram Nova Iorque numa “cidade de palácios” e, à medida que a família ia aumentando, em descendentes, em riqueza e em fama, as “cottages” de Newport, foram ficando igualmente famosas –  “The Breakers”, “Mable House” ou “Vinland”  tornaram-se em casas de sonho.

Mansões nas margens do Hudson, em “My Islandon Vermont” e, a maior de todas, a imensa propriedade de Biltmore na Carolina do Norte,  são símbolos de uma riqueza quase infinita.

Todos os anos na quadra de Natal há celebrações especiais na Mansão Biltmore com decorações por toda a casa, segundo a tradição vitoriana para 

comemorar a sua inauguração, que foi há mais de cem anos, a 24 de Dezembro de 1895 para celebrar o Natal pelos seus primeiros donos, George Vanderbilt e sua mulher.

Palácios de sonho, vidas deslumbrantes, Uma família única, que se faz aliar, via casamento, com duques, condes, financeiros, e até com “playboys”: entre todas, a lendária Consuelo Vanderbilt, tornada Duquesa de Marlborough por um casamento de conveniência, fez convergir sobre si os olhos do mundo inteiro, que assistiram à ascensão e queda desse mesmo casamento, como se de uma novela se tratasse, novela com um final feliz, já que Consuelo regressou a casa em grande estilo, tornando-se uma “verdadeira princesa americana.” 

O nome Vanderbilt, está ligado à História americana de forma inseparável, da produção ímpar de riqueza à filantropia e até à cultura (graças a um Vanderbilt existe a Universidade de Nashville, por exemplo). Só para reforçar a ideia, diga-se que a Opera Metropolitana de Nova Iorque só existe por dádiva da família; e é famosa a colecção doada, de pinturas e objectos de arte em geral ao “Metropolitan Museum of Art”, de Nova Iorque. O símbolo máximo da sua riqueza (e generosidade) é, entre todos, a doação à cidade de Nova Iorque da “Grand Central Station”, a maior estação de caminhos de ferro do mundo.

Na História dos Vanderbilt pontuam mulheres excepcionais, como Consuelo, Alva, Grace, Gertrude e Gloria, mas tudo começou com um homem singular: “Comodore” Cornelius Vanderbilt.

A Grande “Biltmore House”

A propriedade Biltmore foi mandada construir por um neto de Cornelius Vanderbilt e foi inaugurada, a 24 de Dezembro de 1895 para celebrar o Natal – o tema principal deste artigo.

Por volta de 1888, o neto do Comodoro, George Vanderbilt, então um jovem de 25 anos, deslocou-se à Carolina do Norte, em Blue Ridge, região montanhosa, para encomendar um castelo com 250 quartos, no estilo do Renascimento Francês, ao seu amigo, o arquitecto Richard Morris Hunt. A grande mansão veio a receber o nome de Biltmore.

A decisão deste Vanderbilt em localizar a sua casa de campo perto Asheville, na  Carolina do Norte, levou-o à compra de 125.000 acres de terreno. Actualmente a propriedade tem aproximadamente 8.000 acres, incluindo jardins formais e selvagens concebidos pelo pai da arquitectura paisagística na América, Frederick Law Olmsted.

Enquanto que a incomparável beleza da propriedade de Biltmore é o resultado da combinação do talento criativo e da visão de três homens – Vanderbilt, Hunt e  Olmsted- a Casa Biltmore continua a ser a peça central do legado de Vanderbilt. Este enorme palácio continua a ser a maior residência privada nos Estados Unidos, um ponto de referência histórico nacional.

Iniciada em 1890, a Casa Biltmore, foi construída  com toneladas de pedra calcária, proveniente de Indiana, transportada em ramais de caminhos de ferro. Centenas de trabalhadores levaram cinco anos a construir a casa.

Na véspera de Natal de 1895, George Vanderbilt abriu formalmente as portas pela primeira vez aos amigos e família. Hoje, no século XXI, a Casa Biltmore permanece quase igual a quando Vanderbilt a ocupou há mais de 100 anos- um mostruário de colecções originais de mobiliário, arte e antiguidades.  

George Vanderbilt, era um intelectual, fluente em várias línguas, viajado e bem informado acerca de arte, arquitectura, música, agricultura, horticultura e literatura.

Os gostos culturais e diversificados de Vanderbilt influenciaram as suas viagens com o arquitecto Hunt, à medida que a Casa Biltmore ia sendo construída. Os dois homens viajaram pela Europa e pelo Oriente, adquirindo pinturas, porcelanas, bronzes, tapetes e mobílias. Tudo isto se tornaria eventualmente parte da colecção dos 50.000 objectos que se encontram, ainda hoje, em Biltmore.

Na realidade, é a natureza da colecção, reflectindo os interesses e gostos pessoais de George Vanderbilt que combinava, então, bem como agora a considera-la a mais fascinante.

Os interiores da casa foram decorados por George A. Glaenzer, um dos mais notáveis decoradores de interiores e por Ogden e Codman de Boston, que iniciava a sua carreira como arquitecto.

As salas principais do rés do chão foram projectadas pelo arquitecto Hunt, como o tecto e as colunas em mármore do hall de entrada e a lareira do Salão Principal. Uma  série de tapeçarias e as cadeiras renascentistas para o hall de entrada,  foram adquiridas numa das suas viagens à Europa. Nessas suas deslocações Hunt comprava peças que depois enviava para os Estados Unidos da América. Essas peças antigas estavam nas salas projectadas por Hunt. 

Os quartos de dormir de Biltmore foram decorados por Georges Glaenzen são exemplos de uma decoração onde foi usado um só estilo, através da mobília e das peças decorativas em gosto rocócó. O Relógio alto é uma cópia do Museu de Louvre, reproduzido por Paul Sormani, um dos notáveis marceneiros de Paris dos finais do século XIX

Completamente electrificada e centralmente aquecida, a Casa Baltimore, na altura do seu acabamento, foi considerada uma das estruturas tecnologicamente mais avançadas, jamais construídas e, em muitos aspectos é hoje admirada pela engenharia inovadora. Foram utilizadas algumas das primeiras lâmpadas eléctricas de Thomas Edison.  

Vanderbilt também desejava que a sua casa de campo proporcionasse à família e aos amigos prazeres recreativos, como uma piscina interior, área para “bowling” e ginásio.

Os visitantes que fazem o passeio pelas traseiras podem admirar as áreas restauradas da casa. Adicionalmente, esta visita habilita os convidados a ver os intricados trabalhos interiores da casa – a grande caldeira a vapor e os enormes painéis eléctricos, aquecendo e iluminando os quatro acres de superfície interior da mansão.    

Enquanto a Casa Biltmore é o ponto focal da propriedade, fica evidente, quando o visitante caminha através do terraço da biblioteca e se olha de cima para os jardins, que o génio Olmsted é parte integrante de Biltmore – é a sua

vasta paisagem proporciona um atraente aspecto.  

Os jardins lindíssimos e bem cuidados, reflectem o gosto que Vanderbilt sempre sentiu pelo estudo da horticultura e o  desejo de tornar  esses jardins numa obra de arte ligada à natureza, através da cor e da  floração sequencial. Ele idealizou, em todos os seus pormenores da beleza e do bom gosto, os magníficos jardins que envolvem a casa. Com um discernimento fora do comum, Vanderbilt criou um verdadeiro oásis de árvores exóticas e de flores. 

Os visitantes agora que fazem passeio pela Mansão podem admirar várias áreas como, as diversas salas, a biblioteca, sala de jantar, os quartos do casal Vanderbilt e dos hóspedes.

Mantendo a tradição de um estilo de entretenimento, os visitantes de hoje, em Biltmore são tratados, por um dia , numa elegante mansão do século XIX com os prazeres luxuosos de um modo de vida Vanderbilt.

Adjacente à casa existe uma enorme área de estábulos, estufas, “pavilhões” com quartos que serviram para os amigos dos donos de casa.     

A Casa Biltmore pertence ainda aos descendentes de George Vanderbilt. O seu tetro neto, William “Bill” A.V. Cecil, Jr., é actualmente o dono e o CEO da Biltmore Company.

Na quadra de Natal há celebrações especiais, nomeadamente quando a casa está completamente decorada para os hóspedes, que ficam nela durante este período. Na época natalícia Biltmore é um verdadeiro deslumbramento de luz e de cor. Estão dispostos no interior da casa, cerca de 60 pinheiros naturais todos decorados com motivos de Natal e luzes. Pelo interior da casa estão distribuídos pelas decorações e pelas árvores de Natal 30.000 conjuntos de luzes. No exterior por toda a propriedade podem-se admirar cerca de 52 pinheiros com 45.000 conjuntos de luzes.

Biltmore representa a paixão de George Vanderbilt por esta propriedade, que através do seu talento e requinte transformou-a num dos lugares mais belos da América. 

Theresa Beco de Lobo

Theresa Bêco de Lobo

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