“Jardim das Esmeraldas” I Na L’École Middle East

“Jardim das Esmeraldas”  I Na L’École Middle East 

Todos os anos, a L’École Middle East apresenta exposições temporárias lindissimas, no âmbito do seu objectivo de divulgar o mundo da joalharia ao maior número possível de pessoas. A exposição inaugural dedicada à esmeralda, “Jardim das Esmeraldas”, de 23 de Novembro de 2023 a 10 de Março de 2024 revela ao público os muitos segredos e mistérios desta pedra preciosa.

Esmeraldas, águas-marinhas, morganites e heliodores, todas as variedades da grande família de pedras preciosas berilo utilizadas na joalharia e apreciadas pelos amantes de pedras preciosas. A sua grande diversidade de cores, das mais vivas às mais subtis, oferece aos criadores e aos coleccionadores uma paleta única. No entanto, a esmeralda continua a ser a mais cobiçada, a mais apreciada e certamente a mais estudada. Desde a antiguidade, e à medida que novas minas foram descobertas, as esmeraldas alimentaram a imaginação e a criação dos joalheiros. Elas sustentam um simbolismo que acompanha a cor verde, antes de mais o da natureza, mas também o do poder, seja ele religioso, militar ou social. Diz a lenda que o imperador Nero mandou fazer óculos de esmeralda para acalmar os seus olhos quando assistia a combates de gladiadores.

História das Esmeraldas

Desde da antiguidade, a esmeralda é considerada uma das pedras mais preciosas e desejadas em diversas civilizações. O nome é derivado da palavra Smaragdos, que em grego significa pedra verde ou apenas verde. Na antiguidade, qualquer pedra esverdeada era denominada dessa forma, contudo, o tom profundo da gema fez com que a esmeralda fosse conhecida como a “deusa verde de todas as pedras”, na Grécia Antiga.

As primeiras esmeraldas foram descobertas há cerca de 5 mil anos, no Egipto. Posteriormente, a região de onde eram extraídas as gemas, próxima ao Cairo, recebeu o nome de Minas de Cleópatra, em homenagem à lendária rainha conhecida por usar diversas esmeraldas como adornos nos seus trajes. Os egípcios chamavam a esmeralda de Pedra do Amor e acreditavam que ela poderia trazer a fertilidade e a reencarnação. As múmias eram sepultadas com esmeraldas ao redor dos seus pescoços com a esperança de que as gemas pudessem oferecer juventude eterna. Neste período, as esmeraldas eram trocadas e vendidas na rota da seda e, provavelmente, nesta época, a pedra foi relacionada à saúde e proteção, já que alguns mantras eram inscritos em sânscrito nas gemas para servir de talismãs.

Os gregos associavam a gema à vitória em guerras e como um símbolo do amor eterno. Por essa razão, ela sempre foi muito ligada à Afrodite, a deusa do amor. Seguindo os mesmos passos, os romanos utilizavam a esmeralda para homenagear Vênus, a deusa equivalente à Afrodite no panteão grego.

Durante o Império Romano, a pedra era bastante ligada à restauração da saúde dos olhos, como o caso já referimos acerca de Nero, o imperador romano, que usava lentes feitas de esmeraldas para proteger os seus olhos enquanto observava as várias lutas de gladiadores no Coliseu de Roma.

Embora a esmeralda tenha desempenhado um papel importante na história do Egipto, da Grécia e de Roma, os mais belos exemplares da gema estavam abrigados em solo latino americano e só foram descobertos quando os espanhóis chegaram ao Novo Mundo, por volta do século XVI.

Nesta época, os Incas já usavam as esmeraldas como joias em cerimónias religiosas há mais de 500 anos. Segundo a lenda, eles possuíam um exemplar do tamanho de um ovo de avestruz, que acreditavam ser a encarnação da deusa Umina, que, assim como Afrodite, era considerada a deusa do amor.

As gemas menores eram consideradas “filhas” de Umina e poderiam ser oferecidas como presentes à deusa por quem precisasse de uma ajudinha extra no campo amoroso.

Os espanhóis apreciavam mais os metais preciosos do que as gemas naturais. Isso fez com que os colonizadores espanhóis começassem a trocar as esmeraldas por ouro e prata com outros países.

Essa troca disseminou a pedra no continente europeu e chamou a atenção da realeza europeia e asiática, o que deu à pedra um status de símbolo real.

Hoje, a maior parte das esmeraldas são extraídas da Colômbia, Brasil e Zâmbia. Se antes eram símbolos da realeza, nos tempos modernos, as esmeraldas são muito associadas às celebridades e continuam entre as pedras preciosas mais cobiçadas do mundo.

Na era dourada da Hollyhwood, a gema conquistou Marlene Dietrich, que adorava pregadeiras e pulseiras de esmeraldas. 

Factos interessantes

No Brasil, elas foram descobertas em 1963. As principais minas são encontradas na Bahia, Goiás e Minas Gerais.

Napoleão Bonaparte ofereceu com presente de casamento à Marie Louise um conjunto de esmeraldas, incluindo uma tiara, um colar, um par de brincos e um pente.

Uma lenda afirma, se uma relação, em que um dos elementos for infiel, a esmeralda perde a cor.

As bodas de 40 anos de casamento são representadas pela esmeralda. Por ter uma densidade mais baixa, uma esmeralda de 1 quilate parece maior do que um diamante do mesmo peso.

Segundo a maioria das lendas, a pedra deve ser usada no dedo mínimo, no dedo anular, sobre o coração ou no braço direito. Apesar da esmeralda ser muitas vezes combinada com outras pedras nas joias, ela funciona melhor sozinha, a menos que seja combinada com diamantes, que intensificam a sua energia.

No século III, a esmeralda era usada no tratamento da vista cansada. Era comum encontrá-las em mesas de trabalho. O costume era pausar o trabalho de tempos em tempos e olhar para elas para aliviar o cansaço dos olhos.

Durante o século XIII, os médicos hindus consideravam que a esmeralda tinha um efeito laxativo e, além de curar disenteria, diminuía a secreção da bílis e estimulava o apetite.

Na primeira década do século XVII, a cura para a diarreia consistia em colocar uma pedra de esmeralda sobre o abdômen e outra na boca do enfermo. As Esmeraldas eram usadas como antídotos para venenos. Carregar uma esmeralda no pescoço era um dos tratamentos prescritos para a epilepsia.

A pedra “Duque de Devonshire” é uma das maiores esmeraldas brutas já encontradas, pesando cerca de 1,383.93 quilates. Dizem que pertenceu ao Imperador do Brasil, Dom Pedro I. Hoje, a esmeralda está em exposição no Museu de História Natural de Londres.

Origem

A minas mais importantes de esmeraldas estão localizadas na Colômbia, entre elas a Mina de Muzo, próxima a Bogotá. Ela foi explorada pelos Incas e depois abandonada. Posteriormente, foi redescoberta no século XVII. Nessa mina, estão as esmeraldas mais preciosas do mundo. Outra mina importante é a Mina de Chivor, também próxima a Bogotá. Assim como Muzo, foi explorada pelos Incas e posteriormente por colonizadores espanhóis.

O Trapiche, um tipo raro de esmeralda, é encontrado unicamente em minas colombianas. Este tipo de esmeralda possui uma inclusão natural de carbono que divide a pedra em seis partes, deixando-a com um visual único.

No Brasil, existem diversas minas na Bahia, Goiás e Minas Gerais. Geralmente, as pedras encontradas neste país são mais claras do que as colombianas, com uma tonalidade levemente mais verde-amarelada do que verde-azulada. Os exemplares brasileiros também possuem menos inclusões, característica que fizeram do Brasil um dos maiores exportadores de esmeralda do mundo.

Já no Zimbabue, é comum encontrar pedras menores, contudo, de boa qualidade. Também há local de extração nos Urais, na Rússia, porém, menos importante, já que as pedras extraídas dessa localidade são opacas e turvas. Outras minas estão localizadas em Gana, Zâmbia, Tanzânia, Índia, Paquistão, Afeganistão, Austrália e Estados Unidos. Hoje, as célebres Minas de Cleópatra só possuem valor histórico.

A exposição

A exposição “Jardim das Esmeraldas”, integrada na série “À descoberta das pedras preciosas”, apresenta a investigação realizada pela Escola de Joalharia L’ÉCOLE sobre as esmeraldas, com o objetivo de dar a conhecer ao maior número possível de pessoas os aspectos científicos, culturais, artísticos e técnicos desta gema. A visita leva os visitantes desde as profundezas da terra, onde a união improvável de elementos dá origem ao cristal de esmeralda, até às oficinas, onde é moldado e trabalhado por mãos experientes para revelar a sua cor, intensidade e beleza. Lapidários, designers, cravadores e joalheiros trabalham juntos para criar as mais belas peças de joalharia, e todos eles têm uma relação especial com a esmeralda.

A exposição “Jardim das Esmeraldas”, apresentada no Dubai, inaugura o 4º campus permanente da L’ÉCOLE, Escola de Artes da Joalharia, depois de Paris, Hong Kong e Xangai. Presente na Europa, na Ásia e no Médio Oriente, a L’ÉCOLE, School of Jewelry Arts, Van Cleef &Arpels prossegue a sua missão de difundir a cultura da joalharia a um público tão vasto quanto possível, através de cursos, conferências, publicações e exposições.

Theresa Bêco de Lobo

Theresa Bêco de Lobo

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