Pregadeira com Antúrio Azul, Chinês 2021. Feng J (Chinês, 1985). Turmalina Paraíba, água-marinha, espinélio arroxeado, safira rosada e espinélio cinzento, diamantes e ouro galvanizado. Reprodução da imagem com permissão. Colecção do Museum of Fine Arts, Boston. Oferta do artista. Cortesia Museum of Fine Arts, Boston.

Para Além do Brilho I Jóias da Coleçcão do Museu de Boston

Para Além do Brilho I Jóias da Coleçcão do Museu de Boston

Celebrando a universalidade do adorno corporal ao longo dos tempos e através das culturas, esta galeria recentemente renovada apresenta os destaques da famosa coleção de jóias do Museum Fine Arts de artefactos antigos a jóias finas e desenhos feitos por artistas contemporâneos, a apresentação liga objectos que abrangem 4.000 anos, explorando a forma como as jóias podem comunicar mensagens fortes sobre quem as usa e exemplificar a arte e a cultura do seu tempo.

Desde os antigos peitorais egípcios até às jóias de estúdio contemporâneas, o Museum Fine Arts possui uma deslumbrante coleção de jóias de quase todas as culturas.

O primeiro conservador de jóias num museu de arte americano foi nomeado para o MFA em 2006, graças a uma doação generosa e inovadora de Rita J. and Stanley H. Kaplan Family Foundation, em honra de Rita J. Kaplan. Com sede no Departamento de Moda, Têxteis e Joalharia de David e Roberta Logie, o Curador de Joalharia Rita J. Kaplan e Susan B. Kaplan supervisiona as peças em todo o Museu.

Estão expostas mais de 150 peças, incluindo um antigo colar egípcio de colarinho largo; obras do século XIX de Castellani e Carlo Giuliano; designs do século XX de Marcus & Co., Tiffany & Co. e Bulgari; o alfinete de estrela-do-mar de René Boivin de 1937; e jóias da Chanel, Dior e Elsa Peretti. São também apresentadas novas aquisições de jóias contemporâneas de Christian e Yasmin Hemmerle, Wallace Chan, Anna Hu e Feng J.

A exposição está organizada por vários temas:

Jóias do Egipto Antigo e da Núbia

Uma grande força da colecção de jóias reside nas suas antigas colecções egípcias e núbias. Muitos destes ornamentos excepcionais foram escavados pelo Museu no final do século XIX e início do século XX. Ao longo dos últimos cem anos, esta colecção de classe mundial atraiu muitos visitantes ao Museum Fine Arts e inspirou inúmeras exposições e publicações.

Jóias do Mundo Clássico

Entre os tesouros do Museum Fine Arts encontram-se exemplos de jóias das culturas grega, romana, etrusca e bizantina. Apresentando exemplos extraordinários de ourivesaria e escultura de pedras preciosas, esta colecção inclui alguns dos destaques da colecção de jóias do Museu de Boston.

Jóias do século XIX

O século XIX foi um momento de grande criatividade para a joalharia. Nos Estados Unidos e na Europa, a joalharia reflectia os movimentos artísticos, os acontecimentos culturais e as vanguardas. Os exemplos de jóias revivalistas (revivalismo renascentista, revivalismo clássico, etc.) na coleção do Museum of Fine Arts são de grande representatividade. As novas aquisições incluem grandes obras de joalharia fina de empresas americanas como a Tiffany & Co. e exemplos de criatividade e inovação da época.

Jóias do início do século XX

Desde movimentos artísticos como a Art Nouveau e Arts and Crafts até ao auge do design de jóias finas nos Estados Unidos e na Europa, a colecção do Museum of Fine Arts é rica em exemplares de jóias do início do século XX de alguns dos criadores mais famosos do mundo.

Jóias do Movimento Arts and Crafts

No início do século, Boston, era uma comunidade vibrante e activa de joalheiros, unida pelos ideais do movimento Arts and Crafts, o que a levou a criar obras de arte que vieram definir o “Boston look” – caracterizado por pedras coloridas e esmaltes brilhantes em cenários requintadamente concebidos à mão. Frank Gardner Hale, a figura mais proeminente e prolífica desta comunidade e um líder da Sociedade de Artes e Ofícios da cidade, trabalhou ao lado de muitos fabricantes importantes, entre eles Josephine Hartwell Shaw, Edward Everett Oakes, Margaret Rogers e Elizabeth Copeland.

Jóias da Colecção Daphne Farago

Em 2006, a coleccionadora norte-americana Daphne Farago doou mais de 600 exemplares de jóias ao Museum of Fine Arts, Boston. A oferta abrangeu mais de 50 anos, desde meados do século XX até ao século XXI, e ofereceu uma vasta panorâmica do movimento de joalharia de estúdio nos Estados Unidos e na Europa.

Bijutaria

Em 2018, o Museum Fine Arts adquiriu uma importante colecção de mais de 500 exemplares de bijutaria da coleccionadora Carole Tanenbaum, sediada em Toronto. As peças incorporam principalmente materiais baratos e foram concebidas para complementar as colecções de moda da época. Esta oferta transformou a já excepcional colecção de bijutaria do Museu.

Esta excelente exposição, mostra-nos como através dos tempos estes joalheiros redescobriram a poesia das peças e a magia das cores das pedras, com o desejo de evasão de um passado suficientemente afastado para se cobrir de sonhos e demasiado próximo para ser esquecido e finalmente, que em Arte, os verbos se conjugam numa linguagem universal.

Lapidários, designers, cravadores e joalheiros trabalham juntos para criar as mais belas peças de joalharia, e todos eles têm uma relação especial com a técnica e a criatividade.

Theresa Bêco de Lobo

Theresa Bêco de Lobo

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