Belezas Adormecidas I O Redespertar da Moda
A revista Moda & Moda todos os anos em Maio, está presente no Met Gala, um dos acontecimentos importantes num dos museus mais notáveis do mundo, onde esta instituição de arte se transforma numa noite de chuva de estrelas. O Baile de Gala Anual do Metropolitan Museum of Art de Nova Iorque, um dos eventos com mais sucesso no Mundo da Moda, reúne Celebridades, Estrelas de Hollywood, Jornalistas e Estilistas, num cenário de glamour e brilho, que marca a inauguração de uma mostra de moda. Este ano o tema da exposição é “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion”, destaca a forma como a tecnologia pode dar nova vida a peças de vestuário demasiado antigas e frágeis para serem usadas novamente.
Um evento, que é presidido por Anna Wintour, editora-chefe da Vogue na América. A festa destaca-se pelos vestidos extravagantes que as celebridades usam, como se fosse uma passagem de modelos. Nesta gala, só se regista a Elegância, o Charme e a Sensualidade Estonteante das Estrelas.
A exposição deste ano, “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion”, destaca a forma como a tecnologia pode dar nova vida a peças de vestuário demasiado antigas e frágeis para serem usadas novamente.
Nessa noite, os convidados subiram os célebres degraus do museu de Nova Iorque usando um vestuário que remete para o “dress code” do evento “The Garden of Time”, e pode-se ver todo o género de looks no Met Gala 2024, à medida que a noite se desenrolava. O tema da noite foi influenciado numa história de J.G. Ballard sobre um conde que, para afastar uma multidão enfurecida que se aproximava do seu castelo, cortou uma rosa do seu jardim para abrandar o tempo até não restarem mais flores. Com os tons diversos com a ênfase das peças da exposição no antigo e no novo, pode-se admirar uma passadeira vermelha repleta de tudo, desde florais a Moda inspirada na tecnologia – e talvez até uma ou duas referências à Bela Adormecida.
Os co-chairs da Met Gala, deste ano foram: Bad Bunny, Chris Hemsworth, Jennifer Lopez, Zendaya e Anna Wintour, da Vogue, receberam os convidados no museu para uma exposição intitulada “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion”.
A mostra salienta a celebração de roupas e peças tão frágeis que nunca mais poderão ser usadas – e que, por isso, são belezas adormecidas nos escrupulosos arquivos do Costume Institute. (Nesta analogia, podemos considerar o curador responsável pelo Costume Institute, Andrew Bolton, o curador da Anna Wintour Costume Center no Metropolitan Museum of Art em New York City por ter despertado estas peças para uma exposição).
A gala, que angaria fundos para o Costume Institute do Metropolitan Museum, é conhecida por ter uma lista de convidados muito secreta. Mas enquanto os nomes dos participantes são mantidos em segredo, sabe-se de algumas pessoas que embelezaram o tapete com os seus melhores outfits para uma Festa de Jardim: Bad Bunny, Chris Hemsworth, Jennifer Lopez e Zendaya, que são co-presidentes ao lado de Anna Wintour, da Vogue. O resto dos estimados participantes – que incluem os melhores cantores, atores, modelos, atletas e artistas do mundo.
O Met Gala é um dos eventos mais prestigiados da indústria de Moda. Todos os convidados são aprovados, pessoalmente, por Anna Wintour, directora da versão norte-americana da Vogue. Modelos, designers e celebridades preparam-se minuciosamente para esta noite. Tem funcionado assim nas duas últimas décadas e promete continuar por mais alguns anos.
Este evento, à parte do glamour vivido, é uma gala tão exclusiva, em que os bilhetes chegam a custar cerca de 40 mil dólares para aqueles que não foram convidados. Antes de receber o nome pelo qual hoje a conhecemos, a Met Gala era conhecida como The Costume Institute Gala e é nesta festa que se revela a exposição anual do museu.
Todos os anos, a passadeira vermelha da Met Gala proporciona alguns dos momentos de Moda mais memoráveis de todos os tempos. O evento desta noite em Nova Iorque – com o tema “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion” – não foi certamente diferente, com um conjunto de celebridades a passarem pela passadeira vermelha com criações personalizadas. Os participantes mais bem vestidos da noite foram aqueles que homenagearam o tema deste ano (e o dress code “The garden of Time”) – fazendo-o de formas pensadas e inesperadas.
Naturalmente, todos os coanfitriões oficiais da Met Gala 2024 entraram na lista dos mais bem vestidos. Zendaya chamou a atenção não só com um, mas com dois looks impressionantes – incluindo o seu outfit Margiela ce um vestido Givenchy vintage da colecção de primavera de 1996. Jennifer Lopez optou por um vestido Schiaparelli cintilante, enquanto Bad Bunny usou um fato Margiela escultural e Chris Hemsworth um Tom Ford elegante.
As flores, foram o destaque da noite. As celebridades apresentaram-se em bouquets lindíssimos numa diversidade de formas. Nicki Minaj com um vestido Marni coberto de flores de metal pintadas à mão e Gigi Hadid com um vestido de baile floral e tridimensional Thom Browne.
Alguns dos momentos mais inesperados da noite – e muito mais vanguardistas – também sobressaíram, provando que as celebridades mais bem vestidas da noite não precisavam de usar vestidos florais. Lana Del Rey, por exemplo, apresentou um vestido Alexander McQueen com um véu com ramos; foi uma homenagem à colecção de Outono/Inverno de 2006 do Alexander McQueen. Tyla também se transformou numa escultura de areia – através de um vestido Balmain extremamente justo que era como uma segunda pele.
Os homens mais bem vestidos foram como Josh O’Connor (em Loewe), Morgan Spector (em Willy Chaverria) e Stefon Diggs (em H&M) brilharam em alfaiataria contemporânea e elegante.
A exposição
A exposição “Sleeping Beauties: Reawakening Fashion” destaca o reativar das capacidades sensoriais das obras-primas da colecção do Museu através da investigação em primeira mão, da análise da conservação e de diversas tecnologias – desde ferramentas de ponta, inteligência artificial e imagens geradas por computador até aos formatos tradicionais de raios X, animação vídeo, projecção de luz e paisagens sonoras. Estão expostas cerca de 250 peças de quatro séculos, visualmente unidos pela iconografia relacionada com a natureza, que servira de metáfora para a fragilidade e efemeridade da moda.
A exposição “Sleeping Beauties” dá vida às peças da colecção do Metropolitan Museum of Art, reactivando as suas qualidades sensoriais e as percepções sensoriais dos visitantes através de investigação primária, análise de conservação e diversas tecnologias – desde a inteligência artificial e imagens geradas por computador até aos formatos tradicionais de raios X, animação vídeo, projecção de luz e paisagens sonoras. Estão expostas duzentas e vinte peças de vestuário e acessórios de quatro séculos, visualmente ligadas por temas da natureza, que servem de metáfora à ciclicidade e efemeridade da moda.
Ao entrar na exposição, os visitantes descobrem uma sequência de galerias autónomas organizadas em três secções centradas na terra, no ar e na água. Apresentadas como estudos de caso individuais, cada galeria explora um tema diferente inspirado na natureza, com modas históricas justapostas a homólogos contemporâneos num ambiente imersivo destinado a envolver os sentidos da visão, olfato, tato e audição do visitante.
Uma galeria está organizada como um jardim e inclui uma estufa que exibe chapéus com uma variedade de flores e está rodeada por paisagens olfactivas subtis que desafiam as expectativas olfactivas dos visitantes. Os designers incluem Cristóbal Balenciaga, Hattie Carnegie, Lilly Daché, Hubert de Givenchy, Deirdre Hawken, Stephen Jones, Guy Laroche, Madame Pauline, Mainbocher, Elsa Schiaparelli, Sally Victor, entre outros. A galeria apresenta também um casaco de Jonathan Anderson para LOEWE, plantado com aveia, centeio e erva de trigo que começou viva e morrerá gradualmente durante a exposição.
Podem-se admirar ainda um vestido de noite com “hobble skirt ” de Jeanne Hallée, de 1913/14, dois exemplares do vestido de baile “Butterfly” de Charles James – um em estado impecável, o outro uma “bela adormecida” com danos extensos – demonstram um caso raro de duplicados na colecção. James reflectiu e concretizou a beleza efémera da borboleta neste modelo de 1955, composto por uma estreita bainha “crisálida” de musselina de seda plissada sobre um fundo de cetim de seda e uma exuberante saia “alada” de tule de nylon.
Os visitantes são convidados a sentir a forma e a decoração floral do vestido “Mini Miss Dior” através de uma maquete impressa em 3D e o rico bordado de um colete de 1615-20 através de um papel de parede interativo em relevo. Além disso, algumas peças seleccionadas realçam o poder da auralidade de uma peça de vestuário, como um conjunto metálico da colecção primavera/verão 2024 de Marni e um vestido composto por conchas de moluscos da colecção primavera/verão 2001 de Alexander McQueen, cujos sons foram isolados e gravados numa câmara anecóica.
A exposição é pontuada por uma série de peças de vestuário que já não podem ser vestidas em manequins devido à sua extrema fragilidade – estão expostas em caixas de vidro, permitindo aos visitantes analisar os seus vários estados de deterioração como se estivessem numas redomas de vido, como “belezas adormecidas”.
Theresa Bêco de Lobo