Buccellati I O Príncipe dos Joalheiros
“Os clássicos oferecem o prazer da redescoberta, evocando mundos de beleza, elegância, arte e natureza para além do tempo. Reinterpretá-los significa iluminar tradições, materiais e formas milenares com um olhar sempre actual. É este o objectivo da exposição, que se torna para nós um momento ainda mais precioso por ser acolhida no cenário evocativo de Veneza. Os clássicos são uma ponte lançada entre o passado e o futuro e são também a prova de um estilo original a ser perpetuado nos tempos futuros”, afirma Andrea Buccellati – “O Príncipe dos Joalheiros”- uma história de mais de 110 anos de maestria em joalharia – a sua arte está agora exposta em Veneza, até 18 de Junho de 2024.
Das obras-primas em ouro e pedras preciosas, que brilham como estrelas na noite veneziana, às criações, em prata requintada, que contam histórias de elegância e requinte do século XX, cada peça é uma obra de arte, única, que capta a atenção e desperta emoções.
Em 1919, quando a Primeira Guerra Mundial terminou, a Itália estava então pronta a erguer-se. Uma nova energia fermentava nas suas ruas, um desejo de renascimento que se traduziu também em formas de arte requintadas e preciosas. Foi neste clima que um jovem aprendiz de ourives, Mario Buccellati, decidiu abrir a sua oficina no coração da capital lombarda. Hoje, 110 anos mais tarde, essa pequena oficina tornou-se numa joalharia gigante e internacional e o nome Buccellati é hoje o sinónimo de elegância intemporal e de paixão pela beleza. Desde então, três gerações de ourives sucederam-se no leme da Marca, continuando a tradição com empenho e, ao mesmo tempo, inovando-a com um toque contemporâneo. As jóias Buccellati são verdadeiras obras de arte, fruto de um trabalho meticuloso e de uma constante pesquisa estética, razão pela qual Veneza, com a sua atmosfera mágica e o seu património artístico intemporal, foi o local ideal para celebrar a história da empresa Buccellati. E é assim que nos espaços da Officine 800, na ilha de Giudecca, se pode admirar “Buccellati: O Príncipe dos Joalheiros”, a primeira retrospectiva sobre a mestria dos joalheiros que tornaram a marca mundialmente reconhecida .
A exposição oferece uma viagem emersiva através das gerações da família Buccellati, centrando-se nas pedras angulares do arquivo da marca. Desde as obras-primas em ouro e pedras preciosas, que brilham como estrelas na noite veneziana, até às requintadas criações em prata, que contam histórias de elegância e requinte do século XX, cada peça é uma obra de arte única que capta a atenção e desperta emoções.
A evolução do estilo entre tradição e inovação
A exposição está dividida em quatro áreas distintas, cada uma dedicada a um aspecto fundamental da história da Buccellati. A primeira secção apresenta uma série de borboletas, o símbolo icónico da Marca, criadas pelas três gerações de ourives que se sucederam à frente da empresa. Através destas delicadas criações, os visitantes podem admirar a evolução do estilo Buccellati, que ao longo dos anos combinou habilmente tradição e inovação. Das primeiras borboletas em estilo Art Nouveau, caracterizadas por linhas suaves e sinuosas, chegamos às borboletas contemporâneas, mais geométricas e rigorosas, que reflectem a influência das novas tendências do “design”
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Prata e natureza, uma união perfeita
A segunda área da exposição é dedicada às requintadas criações em prata que fizeram a fortuna de Buccellati no século XX. Porta-moedas finamente decorados, cigarreiras de design elegante e caixas para fumadores decoradas com motivos florais: cada objecto conta uma história de artesanato e de amor. As técnicas de cinzelagem e de gravação, aplicadas com mestria pelos ourives da Buccellati, dão vida a criações únicas que, graças às instalações visuais do Balich Wonder Studio, quase parecem dançar no espaço, captando a luz e reflectindo-a em mil tonalidades.
Técnicas distintivas e obras-primas: a excelência da ourivesaria Buccellati
A terceira secção da exposição destaca as técnicas distintivas da Casa, como o “millefili” e o “ricciolo”, aplicadas a obras-primas de ouro e embelezadas com arte e pedras preciosas. Cada peça da “Galeria dos Ícones” é uma obra de arte única, fruto da paixão e da dedicação dos ourives da Buccellati. Aqui, as criações do século XX misturam-se com as novas colecções, demonstrando como a tradição pode inspirar a inovação e a criatividade contemporâneas. “Retratar os clássicos significa reintrepretar formas milenares com um olhar contemporâneo”, sublinha Andrea Buccellati, presidente honorário e director criativo da empresa, destacando o objetivo da exposição de ligar o património ao futuro.
A relação com Gabriele d’Annunzio
Uma área especial da exposição é dedicada à relação especial que ligava Mario Buccellati, o fundador, ao poeta Gabriele d’Annunzio. D’Annunzio foi, de facto, um mentor para ele, não só do ponto de vista artístico, mas também humano: influenciaram-se mutuamente e Mario Buccellati criou numerosas peças para o poeta, incluindo um colar “umbilical” para a famosa Marchesa Casati Stampa e os “cadeaux” que ofereceu a Eleonora Duse e às suas outras amantes. A sua amizade e colaboração marcaram profundamente o estilo de Buccellati, que foi enriquecido com elementos literários e simbólicos inspirados no mundo poético de D’Annunzio.
A exposição foi realizada graças ao trabalho minucioso realizado no arquivo histórico da Casa pela curadora Alba Cappellieri, que mantém registos de todas as peças feitas ao longo dos anos. Um património de valor inestimável que permitiu reconstituir a história da Buccellati e apreciar a sua extraordinária produção. Através de desenhos, fotografias e documentos de época, os visitantes podem descobrir a evolução do estilo de Buccellati e os segredos das suas técnicas de joalharia. E nesta exposição, o passado e o presente juntam-se harmoniosamente, provando que a arte e a elegância não conhecem fronteiras no tempo:
A Maison Buccellati, apresenta a história de uma casa de alta joalharia e hoje faz parte do Grupo Richemont, que exibe a mostra: “Buccellati O Príncipe dos Joalheiros”, uma grande retrospectiva que redescobre o seu património, história e artesanato. Realizada em Veneza, nos espaços da Oficine 800, no Canal Giudecca, até 18 de junho de 2024, criada e produzida pelo Balich Wonder Studio e comissariada por Alba Cappellieri, que seleccionou as jóias e as pratas, o acontecimento representa o redescobrimento dos clássicos da Buccellati, destacando a mestria e a preciosidade dos “clássicos”.
Gabriele d’Annunzio, um dos mais influentes escritores e poetas italianos do século XX, descreveu Mario Buccellati em 1936 como “O Príncipe dos Joaheiros”, atestando a sua mestria na criação de obras-primas intemporais.
Desde o seu nascimento em 1919 até aos dias de hoje, as peças Buccellati têm-se distinguido pela sua capacidade de unir o tempo – passado, presente e futuro – em criações que expressam as melhores técnicas tradicionais de ourivesaria com uma elegância, que é sempre contemporânea. A Buccellati, hoje como ontem, redescobre o valor do “clássico”, entendido como um gosto capaz de transcender as fronteiras temporais, conquistando a eternidade através da beleza e da habilidade artesanal. O tema da exposição é, portanto, dedicado à redescoberta dos clássicos, considerando “clássicos” todos os objectos que são capazes, em cada momento, de transmitir sentimentos universais de proximidade, espanto, admiração e paixão. Neste sentido, Buccellati vive a tradição como uma matéria viva imbuída da paixão que o homem infundiu nas suas criações ao longo do tempo.
A exposição destaca criações de jóias e pratas, peças significativas e sugestões que moldaram a história da Marca. A Buccellati optou por realizar este importante evento em Veneza, que sempre foi um dos símbolos mais célebres da tradição do ouro e da joalharia. Veneza, com a sua aptidão para celebrar a preciosidade em múltiplas formas, revela-se o cenário ideal para acolher esta retrospetiva, inaugurada para coincidir com a abertura da Bienal de Arte de Veneza, que partilha com a empresa Buccellati os valores de uma rica tradição artística.
Theresa Bêco de Lobo