O Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque apresenta de 27 de Abril a 3 de Agosto de 2025, a Grande Exposição das obras de John Singer Sargent, especialmente da sua década de transformação em Paris, que coincide com o 100º aniversário da morte do artista.
O evento finalizara a sua tournée no Musée d’Orsay, em Paris, onde estará patente de 22 de Setembro de 2025 a 11 de Janeiro de 2026.
A mostra “Sargent e Paris” destaca o início da carreira de John Singer Sargent (1856 -1925), desde a sua chegada a Paris em 1874 como um talentoso estudante de arte de 18 anos até meados da década de 1880, quando o seu retrato “Madame X “foi um sucesso escandaloso no Salão de Paris. Apresentando uma colecção de cerca de 100 obra de arte, como pinturas, aguarelas e desenhos, o evento inclui também um grupo seleccionado de retratos de contemporâneos de Sargent. A exposição é o maior acontecimento internacional da obra de Sargent desde 1998 e a primeira apresentação monográfica de sempre da arte de Sargent em França.
A mostra foi organizada pelo The Metropolitan Museum of Art, Nova Iorque, e pelo Musée d’Orsay, Paris.
A exposição:
Acerca do evento, Max Hollein, Director do Met, afirmou: “Esta magnífica exposição lança uma nova luz sobre um período transformador davida e da carreira de um dos mais importantes pintores americanos. Ao situar o trabalho de Sargent no contexto da cidade que o formou e inspirou, Sargent e Paris irá iluminar a ascensão meteórica deste influente artista, fornecendo novas perspectivas sobre o seu talento único e a sua capacidade de captar a sociedade vibrante em que vivia.”
Stephanie L. Herdrich, Curadora de Pintura e Desenhos Americanos no Met, disse: “A carreira de Sargent foi moldada pelo tempo que passou em Paris. Ao longo de uma década notável, criou as pinturas mais ousadas e arrojadas da sua obra. Sargent e Paris” apresenta estas obras visualmente deslumbrantes e ambiciosas, lançando uma nova luz sobre a sua visão artística distinta. Estamos entusiasmados com a parceria com o Musée d’Orsay para reuniresta colecção de grandes obras em Nova Iorque e Paris”.
John Singer Sargent
O John Singer Sargent nasceu em 1856 em Florença, Itália, filho de dois pais americanos, John Singer Sargent foi reconhecido como um artista talentoso desde tenra idade. A sua mãe era uma viajante ávida, curiosa pelo mundo, e o seu pai era um médico com raízes em Gloucester e Filadélfia. Sargent teve uma infância cosmopolita: foi imerso na arte e na cultura europeias, falando francês, italiano e alemão, para além do inglês. Estudou brevemente na Accademia di Belle Arti, em Florença, e aos 18 anos matriculou-se na Ecole des Beaux-Arts, em Paris, e entrou no atelier independente do retratista Carolus-Duran. Sargent expôs regularmente no Salão de Paris a partir de 1877, estabelecendo o seu próprio estúdio em Paris até 1886, altura em que se mudou para Londres. Sargent tornou-se o principal pintor de retratos da sua geração, produzindo 900 pinturas a óleo, 2.000 aguarelas e inúmeros esboços. Em meados do século XX, abandonou o trabalho de retrato e concentrou-se em encomendas de murais de grande escala para a Biblioteca Pública de Boston, a Biblioteca Widener da Universidade de Harvard e o Museu de Belas Artes de Boston. Em 1918, aceitou o papel de artista oficial de guerra e viajou para a Frente Ocidental. Sargent morreu em Londres em 1925. Após a sua morte, foram realizadas exposições comemorativas em Boston, Londres e Nova Iorque.
Panorama da exposição
“Sargent e Paris” inicia-se com a chegada de Sargent a Paris em 1874, com 18 anos de idade, para perseguir a sua ambição de se tornar um artista. Os desenhos e esboços precoces que impressionaram os seus colegas no atelier são apresentados juntamente com as suas pinturas evocativas da capital francesa. Ao longo da década que se seguiu, Sargent esteve imerso num círculo cosmopolita de artistas, escritores e mecenas, enquanto percorria um caminho de sucesso através do sistema de exposições francês, alcançando aclamação e prémios. Esta década de formaçãoculminou com o retrato que mais tarde descreveu como “a melhor coisa que fiz”, a Madame X.
Ao longo deste período crucial, Sargent alcançou um reconhecimento crescente com os seus retratos ousados e ambiciosos e cenas de género. O estilo pelo qual é agora conhecido foi cultivado através do estudo aprofundado da grande arte do passado e do presente, habilmente adaptado à sociedade parisiense, em que se tornou residente. Como viajante experiente desde muito cedo , Sargent também encontrou temas através de excursões em França, Itália, Países Baixos, Espanha e Norte de África.
Sargent rapidamente se destacou na criação de retratos lisonjeiros, se foram provocadores, satisfazeram os seus clientes e o seu desejo de estatuto social.
A cor foi entendida pelo pintor americano à maneira dos venezianos, a partir de um ponto de vista tonal, isto é, nos seus valores de luminosidade e não nos claros escuros, assim, deste modo, desaparecia o modelado e as zonas de cor justapunham-se mediante uma pincelada rápida, reduzindo o claro escuro ao mínimo, descuidando a representação do espaço tridimensional, Sargent obteve uma forte nitidez de imagens, um colorido preciso e intenso e uma composição bem estruturada. Por este processo, Sargent foi um criador de retratos, mais do que o reprodutor de elementos da natureza. Estas imagens visuais, depositárias de valores plásticos e de grande qualidade pictórica, fizeram com que nós nesta revista tenhamos vibrado por trazer aos nossos leitores uma das muitas maravilhas da pintura – a do grande mestre Sargent.
Theresa Bêco de Lobo